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sexta-feira, 1 de março de 1996

Os anjos de Fortaleza

Grupo distribui alimentos e prega para desassistidos da capital cearense

Todas as segundas-feiras, o Sopão do Amor sai pelas ruas de Fortaleza

Num ato de fé, Norma Disney Soares Freitas, 60 anos, desafiou o pastor Helnir Cortez, da Igreja Presbiteriana de Aldeota, e as circunstâncias. Ela é a coordenadora do projeto Sopão do Amor que, todas as segundas-feiras, alimenta os "irmãos caídos" em Fortaleza (CE) com dois caldeirões de feijão, macarrão, batata e carne. Esta senhora alegre e bem-disposta não se intimidou com o sombrio diagnóstico de câncer no seio e, na ânsia de servir ao próximo, instou com Deus para que a curasse. Hoje, Norma e os outros integrantes do Sopão distribuem um pouco de solidariedade a desabrigados da cidade.

Há quase três anos, quando assistiu a uma reportagem sobre o projeto Atitude e Solidariedade, que distribui sopa aos mendigos de Niterói (RJ), no programa Pare & Pense, Norma decidiu fazer algo parecido em Fortaleza. Comunicou a idéia ao seu pastor, mas, na ocasião, descobriu que tinha um quisto no seio esquerdo. Na mesa de cirurgia, soube que câncer maligno, felizmente extirpado a tempo. Impossibilitada de se movimentar - ela é canhota -, teve que adiar o sonho, mas seu coração ardia. "A miséria no Nordeste é muito grande. Você anda pelas ruas quase chutando as pessoas, de tantas que há espalhadas pelas calçadas. São famílias inteiras, com crianças muito pequenas, dormindo em cima de papelões", diz.

Muitas famílias sem lugar para morar recebem alimento e oração

A lenta recuperação da cirurgia impacientou Norma, que apelou ao pastor que lhe cedesse a cozinha industrial da igreja. Ele alegou que ela deveria primeiro voltar a movimentar o braço. "Orei a Deus e falei que, se eu conseguisse mexer o braço, dedicaria a minha vida ao Sopáo do Amor. Imediatamente levantei o braço em atitude de louvor a Deus e recuperei toda a mobilidade", relata. Exultante, comunicou a intercenção de Deus ao pastor, que levou o assunto à executiva da igreja. Os voluntários começaram a surgir. "Primeiro uma senhora da igreja veio cozinhar. Em seguida, meu filho Bruno, 25, também quis colaborar na distribuição. O Luís Armando, da cantina, cedeu a caminhonete. Os mercadinhos doavam os legumes", relembra. Depois de nove meses, os donos dos mercadinhos descobriram que o trabalho era realizado por evangélicos e pararam de doar os legumes. Já envolvidos, os membros da igreja assumiram o ministério. As bênçãos, conta Norma, começaram a transbordar. "Uma jovem muito problemática teve um encontro com Cristo e mudou seu comportamento com a família depois que participou da distribuição da sopa", comemora.

O ponto alto do Sopão do Amor, no entanto, não é a comida. A equipe, hoje composta de 15 pessoas, primeiro fala sobre Jesus e ou com os mendigos. Só depois faz pequenos curativos, distribui cobertores, roupas, medicamentos e, claro, o alimento: a sopa, um pão e um copo de água gelada. "O meu sonho é ter um albergue para dar banho, colocar redes para eles dormirem e levá-los sara a igreja", confessa Norma, que já. exporta know-how. "Depois que o programa Aqui Agora, do SBT, nos filmou, uma irmã batista se interessou e está levando o projeto para a igreja dela", orgulha-se.


Extraído Crente que faz. Revista Vinde, Rio de Janeiro, ano 1996, a. 1, ed. 5, p. 51, mar. 1996.

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