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segunda-feira, 18 de março de 1996

Uma tropa multinacional

Frederico Mendes
Sede nacional do Exército
de Salvação: modernidade

O fundador do Exército de Salvação, William Booth, sentiu um chamado de Deus para combater os vícios, pecados e a miséria quando, caminhando ao longo do Rio Tâmisa, em Londres, viu várias pessoas desabrigadas, sofrendo com o frio ao relento. "Enquanto restar uma alma que esteja nas trevas, sem a luz de Deus, eu lutarei até o fim", disse Booth, lançando o movimento que inicialmente chamou-se Missáo Cristã. A designação Exército de Salvação surgiu em 1878. Os pioneiros do trabalho criam que sua missão era uma batalha espiritual, razão por que começaram a adotar práticas militares. Por acreditarem num Evangelho com ênfase em trabalhos assistenciais, os pioneiros enfrentaram incompreensão e sofreram constrangimentos. Era comum, nas marchas que promoviam, serem recebidos com ovos podres e baldes d'água.

Mas o Exército de Salvação cresceu e se multiplicou. Hoje está presente em 104 países espalhados por todos os continentes e possui, segundo levantamentos de 1995, mais de 800 mil soldados, 25 mil oficiais e 180 mil membros não-alistados, além de cerca de 355 mil crianças. Embora oriundos das mais diferentes nacionalidades e culturas, os salvacionistas possuem dois elos de ligação muito fortes: sua fé e sua farda.

No Brasil, as últimas estatísticas apontam 145 oficiais e 1,5 mil soldados. Os dados revelam ainda 133 freqüentadores não-alistados e 621 crianças. O trabalho social possui oito lares para crianças, seis creches e três unidades pré-escolares. Há 12 centros comu-nitários que atendem meninos de rua e um lar para mães solteiras, clínicas médicas e 2) dentárias. Além da sede nacional, em São Paulo, há sedes regionais (divisões) no Rio, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Recife. Ao todo, são 45 corpos - as igrejas salvacionistas.

Recrutado nas ruas

Frederico Mendes
Ex-menino de rua,
Paulo Rogério agora é soldado

Auxiliar crianças carentes e recuperar meninos de rua é o desafio que o Exército de Salvação escolheu enfrentar no Brasil. Os salvacionistas os convidam a participar de centros comunitários e acampamentos, oferecendo alimentação, roupas, atividades recreativas e de ressocialização. Ao mesmo tempo, procuram ensinar-lhes a Palavra de Deus, atraindo seu interesse para o Evangelho. O trabalho assistencial tem dado frutos. Um dos menores atendidos pelo Exército de Salvação foi Paulo Rogério Neves, de 16 anos. Ele vivia na rua depois de ser expulso de casa pela mãe, de quem diz ter apanhado muito. "Eu fiquei uns nove meses nas ruas", conta Paulo, "até que, há dois anos, um salvacionista me encontrou e convidou para um projeto que havia no corpo da Liberdade."

Paulo passou a comer e tomar banho todos os dias na igreja onde ficou abrigado. Depois de algum tempo, se converteu e quis alistar-se, tornando-se soldado. Passou a ajudar nos trabalhos e hoje está feliz. Ele se considera salvo para servir. "E muito bom participar, ajudar as pessoas carentes e evangelizar, eu gosto de fazer isso", afirma, sorridente. Sobre seu futuro, ele ainda tem dúvidas, mas garante que, se Deus o chamar, pretende seguir carreira tornando-se, um dia, oficial. "O Exército de Salvação mudou minha vida."



Extraído Especial. Revista Vinde, Rio de Janeiro, ano 1996, a. 1, ed. 5, p. 42, mar. 1996.

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