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sexta-feira, 2 de fevereiro de 1996

Olha os crentes aí, gente!

Evangélicos usam os dias de folia para falar de Jesus de modo original e eficiente

Por Carlos Fernandes

O bloco Unidos na Videira desfilo no centro do Rio de Janeiro, marcando a presença dos evangélicos no carnaval

Carnaval, tô fora. Assim reage a maioria maciça dos evangélicos quando vai chegando fevereiro e a festa de momo começa a ocupar todos os espaços. É um verdadeiro massacre na televisão, rádio, jornais e pelas ruas de qualquer cidade. Durante mais de um mês, só se fala e respira carnaval. As escolas de samba são as grandes atrações, blocos de rua começam a se mobilizar, os clubes promovem grandes bailes, incontáveis litros de bebidas alcoólicas são consumidos e as roupas começam a ficar mais curtas - e isso quando há roupas. O entusiasmo do povo cresce na medida inversa da disposição que os evangélicos têm quando o assunto é a festa profana. Em vez de fantasias, os crentes preparam suas malas para sumir por uma semana. Quando não viajam com a família, eles fogem para os tradicionais retiros de carnaval, onde o isolamento é completo e o clima é de Semana Santa. São verdadeiras ilhas onde não se assiste TV, não se liga rádio e carnaval é assunto proibido. No lugar do paticumbum, só se canta louvores, e o único enredo que dá samba é aquele contado na Bíblia. Quem não gosta de samba pode ser, afinal, um bom sujeito: além dos ruins da cabeça e dos doentes do pé, milhões de evangélicos poderiam ser incluídos na musiquinha.

Mas nem todos os evangélicos são atingidos pelo efeito convento. Muitas igrejas e vários grupos cristãos resolveram atender ao ide de Jesus e evangelizar os foliões - afinal, por trás da fantasia também bate um coração que muitas vezes está angustiado e deprimido. De uns dez anos para cá, os evangélicos têm marcado sua presença no carnaval em vários pontos do Brasil. É o que fazem cristãos como os da Comunidade Evangélica da Zona Sul, no Rio de Janeiro. Há nove anos, motivados pela noção de que o carnaval é uma tremenda oportunidade para o evangelismo, eles têm ido para as ruas, e até criaram o bloco carnavalesco Unidos na Videira, integrado pelos membros daquela igreja. Fantasiados com uma espécie de manto branco, com uma cruz bordada em ambos os lados, os passistas evoluem cantando músicas de louvor a Deus com ritmos bem movimentados. São mais de 800 crentes puxados pelo trio elétrico da Comunidade, o primeiro veículo do gênero usado por uma igreja evangélica. Eles desfilam pela Avenida Rio Branco - um dos principais pontos do carnaval de rua do Rio - e por alguns bairros, e a cada 100 metros percorridos, param e pregam o Evangelho, usando a potência de som do trio elétrico. O pastor Marco Antônio Peixoto, da Comunidade, diz que a ideia é mostrar a cara da igreja: "Por muitos anos, a igreja esteve acovardada entre quatro paredes, fugindo de sua responsabilidade de evangelizar e proclamar o Reino de Deus. Não podemos nos desculpar, afirmando que o carnaval é do diabo, e que, como cristãos, não podemos nos misturar. Nosso papel como igreja é ser sal da terra e luz do mundo", argumenta. Ele garante que o trabalho tem grande alcance, pois depois do carnaval muitas pessoas procuram a igreja relatando que foram contagiadas pela alegria e paz demonstradas pelo grupo. "Já houve o caso de uma senhora que estava prestes a se jogar do 15° andar de um prédio. Ouviu a Palavra de Deus e desceu, chorando, para nos pedir que orássemos por ela", lembra o pastor Marco. Este ano, a expectativa é de que o Unidos na Videira vá para a rua com mil integrantes, dizendo que o importante é não apenas quatro dias de alegria, mas uma vida de alegria com Jesus Cristo, conforme diz o lema do bloco.

ABRE-ALAS EVANGÉLICO - Há outros crentes que botam o bloco na rua São os membros do Projeto Vida Nova de Irajá, subúrbio do Rio, que há quatro anos levam sua mensagem às ruas durante o carnaval de modo original e bem-humorado: é o bloco Cara de Leão, que tem bateria, alas, fantasias e até samba-enredo (ver quadro). A coisa é tão organizada que a Riotur (órgão da prefeitura responsável pelo carnaval) chega a enviar ofícios aos responsáveis pelo bloco, solicitando sua participação nos desfiles populares.

"Todas as vezes que saímos, conseguimos atrair a atenção de muita gente", garante o pastor Ezequiel Teixeira, presidente do Projeto Vida Nova. Ele conta que o Cara de Leão surgiu a partir de uma revelação dada por Deus, segundo a qual a igreja não deveria mais sair da cidade para retiros durante o carnaval. Para ele, "a igreja tem que marcar sua presença". O nome do bloco foi inspirado numa mensagem de Deus ao pastor Ezequiel, e faz alusão ao Leão de Judá - uma das figuras pelas quais Jesus é chamado na Bíblia. "Devemos ser a imagem e semelhança de Jesus, por isso temos que ter a cara desse Leão", afirma o pastor Ezequiel. Para ele, a igreja tem a obrigação de pregar o Evangelho nos dias de folia, pois "Ele oferece uma alegria muito maior que a do carnaval". Contudo, o trabalho não tem nada de festa. Os organizadores exigem dedicação e consagração de quem vai participar. "É um trabalho sério, que envolve batalha espiritual e libertação", assegura o pastor Ezequiel. "Nós nos apropriamos de algumas táticas do inimigo; estamos matando o diabo com as armas dele", conta o pastor, admitindo que a idéia é muito controvertida e tem sofrido críticas, sobretudo de setores mais conservadores. "Mas isso não importa; queremos mesmo é chocar, causar impacto", dispara.

Luiza foi sambista e hoje desfila como porta-bandeira de bloco evangélico

Blocos evangélicos têm até hino-enredo

CANTO DE VITÓRIA
Autores: Ricardo e Cristina Santos

Ecoou um canto de vitória
É o povo do Senhor
Que veio contar uma história
Deus criou o universo
O céu, a terra e o mar
Criou o homem à sua imagem e semelhança
Fez com ele uma aliança
E o seu nome era Adão
Mas o pecado entrou nessa história
E rompeu o elo de Deus com a criação
O mal se espalhou
Gerou morte e destruição
Mas havia um plano de salvação
Seu Filho enviou Ôô-ôô

Morreu numa cruz
Mas ressuscitou
Ôô-ôô
E à minha vida trouxe luz
E o seu nome poderoso é Jesus
E hoje, nesses quatro dias
Você veste a fantasia
Fingindo ter alegria
Mas não é realilade,
Viemos mostrar
O que é ter
Alegria de verdade
Só em Jesus há gozo
Há paz, há alegria permanente
Abre o teu coração
Esse é o recado
Do bloco Cara de Leão


Os integrantes do bloco Cara de Leão capricham na maquiagem

Apesar da polêmica, o Cara de Leão saúda o povo e pede passagem. O bloco é dividido em várias alas. A frente, vêm as crianças - a igreja do amanhã -, seguidas pela ala da simpatia, integrada pelos jovens. Depois, seguem o trio elétrico e a bateria, que no último carnaval saiu com 80 instrumentos. "É uma bateria da pesada", empolga-se o pastor Ezequiel.

Em seguida vem a ala dos libertos, onde as pessoas desfilam sorridentes e com roupas alegres. Segue-se a ala dos oprimidos, cujos integrantes, com expressões fechadas e rebolando muito, trazem nas roupas palavras como "vícios", "feitiçaria", "prostituição" etc. É nessa ala que se desenvolve uma representação, com uma pessoa vestida de demônio que persegue os oprimidos, enquanto outra, fantasiada de anjo, tenta salvá-las. Quando um deles é salvo, passa por uma porta, carregada por outros dois anjos, e se torna um liberto, trocando a roupa e mudando de ala. Os que não escapam do demônio constituem a sombria ala dos perdidos, que fecha o desfile com personagens maltrapilhos, mutilados e desesperados.

Enquanto o bloco evolui, a porta-bandeira Luiza Cristina Barreto distribui sua simpatia. Convertida há quatro anos, ela vibra com o trabalho desenvolvido pela sua igreja: "Nós, evangélicos, é que temos alegria com liberdade", exulta. Ela sabe do que está falando, pois durante muitos anos participou do carnaval do outro lado, pois foi passista da escola de samba União da Ilha, que desfila no primeiro grupo das agremiações carioca. Para Luiza, é preciso que os evangélicos estejam presentes e falando de Jesus durante o carnaval: "Temos que mostrar para as pessoas o que é a liberdade que Ele nos oferece", afirma. Seu marido, o médico Pedro Barreto, de 44 anos, faz coro. Ele foi integrante da diretoria da União da Ilha, até se converter e abandonar o carnaval - "uma festa profana, onde Satanás manda", segundo ele. Na sua opinião, a atuação dos crentes é importante para desfazer o estereótipo de que nas igrejas não existe alegria. "Mas é preciso agir com critério", adverte, "pois, se nos propomos a evangelizar no carnaval, precisamos ter objetivos claros e saber nosso papel naquele contexto, porque o trabalho é sério", garante.

Divulgação, Jocum
Dois evangelistas da Jocum
falam de Jesus para um carnavalesco

"O impacto que nosso trabalho causa nos espectadores é enorme", conta o pastor Ezequiel. Enquanto o bloco desfila, outros membros da igreja vão em volta distribuindo folhetos, conversando e orando pelas pessoas. Geralmente, os membros da Comunidade Evangélica de Honório Gurgel e de Oswaldo Cruz -que também têm um bloco, o Boca do Leão - se unem ao pessoal do Projeto e fazem um grande desfile com mais de mil pessoas, saindo três dias durante o carnaval. Eles podem não ter muito samba no pé, mas certamente trazem a mensagem do Evangelho na ponta da língua.

DESTRONANDO MOMO - Há evangélicos que vão um pouco além. Atuam no coração do carnaval carioca: a Passarela do Samba, onde ocorrem os desfiles das grandes escolas de samba, evento de repercussão internacional. São os evangelistas da Jocum (Jovens com uma missão), uma agência missionária que marca sua presença nos grandes eventos populares do Rio de Janeiro, como o réveillon, shows de música e o carnaval. Desde 1987, a Jocum realiza o Impacto de Carnaval, com evangelismo intensivo na Avenida Presidente Vargas, onde as escolas se concentram para entrar na Passarela do Samba. O trabalho é bastante planejado, com reuniões preparatórias, e, local para alojamento e muita oração. Os participantes só voltam para casa depois do carnaval. Sérgio Tenório, 33 anos, é o diretor de evangelismo da Jocum e responsável pela organização. Para ele, é fundamental que os evangélicos estejam presentes no carnaval, pois tudo de ruim acontece nesses dias: "O Rio fica um caos, entregue à prostituição, ocorrem muitos crimes e violência. Tudo é permitido. Como os crentes podem se omitir num momento desses?", indaga. "O prefeito entrega a cidade ao rei momo. É preciso que os evangélicos estejam presentes para se opor e marcar a presença do Rei Jesus", afirma, convicto, Sérgio.

Membro da Assembléia de Deus, Sérgio é contra a realização de retiros de carnaval pelas igrejas evangélicas -costuma percorrer várias delas falando do trabalho que realiza e tentando conquistar pessoas para participar. Segundo ele, no carnaval do ano passado, a Jocum levou para a rua cerca de 270 evangelistas. Os participantes têm tarefas bem definidas: enquanto um grupo de apoio distribui folhetos, outro faz discipulado (conversam e orientam as pessoas que querem se converter ao Evangelho) e há uma equipe de intercessão que fica orando pelo sucesso do trabalho. A Jocum leva um trailer, onde médicos, enfermeiros e atendentes -todos evangélicos - ficam a postos para prestar primeiros socorros, já que há muitos casos de alcoolismo, overdose e brigas.

Bené, que trocou a cuíca pela Bíblia: "O carnaval não é de Deus"

A principal atividade, porém, é artística. A Jocum leva dezenas de atores, sendo alguns até estrangeiros, que se revezam em um palco improvisado no monumento a Zumbi dos Palmares e apresentam peças e pantomimas com histórias evangelísticas. Eles atuam maquiados e com trajes coloridos, e conseguem atrair a atenção de muita gente. Sérgio Tenório conta que no ano passado, mais de 150 pessoas foram alcançadas, cadastradas e encaminhadas a diversas igrejas evangélicas. A quem quiser participar do próximo Impacto de Carnaval, a Jocum se coloca à disposição para dar todas as informações e treinamento necessários. Basta ligar para os telefones (021) 776-1378 e 776-3002. Eles desenvolvem trabalhos semelhantes em vários estados brasileiros, como Bahia, Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais. Nesses lugares, assim como no Rio, os evangelistas da Jocum levam a mensagem do Evangelho para milhares de pessoas que buscam alegria e diversão nos dias de folia.

Jesus, o maior destaque

Cosme, ex-passista da Mangueira,
tornou-se pregador do Evangelho

Se há muitos evangélicos que vão para a rua no carnaval, existem também aqueles que fizeram o caminho inverso: da folia para a igreja. Sambistas e carnavalescos têm abandonado as fantasias e os batuques para agarrarem a Bíblia e aderirem ao enredo de Jesus. Foi o que fez Benedito Benjamim Filho, de 52 anos, 10 dos quais convertido ao Evangelho. Conhecido nacionalmente como Bené da Cuíca, Benedito fez sucesso no carnaval carioca e foi integrante de uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio, a Unidos dn Tijuca René, como até hoje ainda é chamado, começou no samba quando era criança, foi passista, ritmista e diretor de harmonia, dedicando 38 anos de sua vida ao carnaval. Seu estilo próprio de tocar cuíca lhe valeu inúmeros títulos, entre eles o de cidadão samba em 1985 e 86.

Nesses dois anos, estabeleceu um verdadeiro recorde: atravessou a Passarela do Samba nada menos que 248 vezes, em todas as escolas de samba e blocos de todas as categorias, sempre mostrando uma felicidade que não possuía: "Eu esbanjava uma alegria apenas aparente, pois por dentro era vazio e angustiado': lembra Bené. Ele se converteu na Igreja Universal do Reino de Deus, onde foi levado em busca de cura para um problema de coluna. "Eu fiei completamente curado", lembra, "e mais tarde entendi que o carnaval não é uma coisa de Deus': Desde então, ele abandonou todo o sucesso e badalações para tornar-se obreiro daquela igreja. Bené apóia atividades evangelísticas no carnaval pois entende que é preciso levar a Palavra às pessoas que estão lá, mas ressalta que "é preciso estar preparado e agir para a glória de Deus". De vez em quando, ele promove reuniões de evangelização e até usa sua cuíca em algumas músicas de louvor a Deus.

Outro que abandonou as quadras pelo chamado de Jesus foi Cosme do Nascimento, um dos melhores passistas que a famosa escola de samba Mangueira já teve. No seu caso, esse chamado foi literal No carnaval de 1984, ele estava se preparando para desfilar quando houve um assassinato de um jovem ao seu lado. Enquanto o rapaz agonizava, Cosme ouviu uma voz que lhe dizia: "Saia daqui que este não é o seu lugar!': Ele saiu correndo, abandonando o desfile para nunca mais retornar ao carnaval após dedicar-se por mais de 20 anos à festa de Momo. Hoje, aos 38 anos de idade, ele é o vice-pastor da Missão Batista Nacional Ebenézer. Cosme acha fundamental levar o Evangelho aos sambistas: "Tem gente que está lá precisando ouvir a mensagem de Jesus", diz Cosme.

Esta motivação o tem levado a evangelizar outros sambistas, como José Carlos - o Canhão Tá Lá -, Lilico e Pedro Paulo, neto de Dona Zica, uma das matriarcas da Mangueira, que já se converteram e também evangelizam o reduto da verde-e-rosa. Para esse tipo de evangélico, a verdadeira harmonia está mesmo em Jesus.

Joselito Abadia [D] do Grupo Discipuluz, evangelizando em pleno Eixão da Folia, em Brasília: "Jesus é a alegria permanente" Divulgação] Jocum

CARNAVAL DA CAPITAL - Mesmo no desanimado carnaval candango os crentes descobriram meios de evangelizar. Em Brasília, os integrantes do grupo Discipuluz falam de Jesus em pleno Eixão da Folia, onde ocorre a maioria dos festejos carnavalescos da capital. A atividade já é realizada há seis anos e é semelhante àquela desenvolvida pela Jocum, com evangelismo através de peças teatrais e pantomimas, nas quais atores contam histórias que levam a mensagem da salvação em Cristo, enquanto um outro grupo distribui folhetos e tenta atrair a atenção dos foliões e das pessoas que passam pelo local. A Mocidade para Cristo (MPC), de Brasília, colabora na organização dessas atividades. Richard Werner, da MPC, um dos responsáveis pelo trabalho, estima que cerca de 150 pessoas se converteram no carnaval do ano passado. A maioria dos componentes do grupo Discipuluz pertence à Igreja de Cristo naquela cidade. Um deles, Joselito Abadia, resume a motivação do grupo em evangelizar os carnavalescos: "Nós queremos que as pessoas reflitam sobre seus atos, de maneira que percebam a necessidade de buscar Jesus, como forma de alegria permanente."

Durante o carnaval, a Jocum leva atores para evangelizar na rua
Em Brasília, evangélicos encenam pantomimas nos dias de carnaval (Mocidade para Cristo)

AGUA VIVA NA PRAIA - Em Arraial do Cabo, município do Estado do Rio, um grupo de evangélicos encontrou uma forma muito original para falar de Jesus. No carnaval, aquela cidade recebe milhares de turistas, que vão em busca das praias limpas e badaladas da Região dos Lagos. De olho na grande quantidade de pessoas, e se aproveitando do calor intenso, os membros da igreja Missão Evangélica da Paz tiveram a idéia de montar a Barraca da Agua Viva, em plena Praia Grande, a maior da cidade e que atrai uma multidão de banhistas. A coisa funciona assim: a barraca é montada na sexta-feira de carnaval e até a quarta-feira de cinzas oferece água geladinha de graça. Dentro, cerca de 50 crentes ficam a postos para puxar conversa e falar de Jesus. O pastor Sérgio Octavio Félix, da Missão, conta que o trabalho dá certo: "As pessoas vêm, pedem água e têm curiosidade de saber por que fazemos isso, sem cobrar nada. Então, nós aproveitamos a oportunidade e as evangelizamos, dizendo que Jesus é a fonte da verdadeira água da vida", relata. Segundo o pastor Sérgio, já houve casos de banhistas que pediram oração e aceitaram a Jesus como cristo salvador dentro da barraca: "Muitas pessoas que vêm brincar no carnaval aqui", continua Sérgio, "são desviadas de igrejas evangélicas e se reconciliam com Cristo por intermédio desse ministério", assegura o líder dos evangelistas da areia. Assim, a Barraca da Água Viva constitui-se num oásis de salvação para muita gente. O lema do trabalho não poderia ser mais sugestivo: "Quem tem sede, venha, e quem quiser receba de graça a água da vida", conforme diz a Bíblia no livro de Apocalipse capitulo 22 versículo 17.

Retiros são a opção tradicional

Uma das maiores tradições dos evangélicos é a realização de retiros durante o carnaval. Em todo o Brasil, igrejas de todas as denominações organizam esses eventos que unem comunhão, estudos bíblicos, oração e diversão. Combatidos por grupos que vêem no carnaval uma oportunidade rara de evangelização, e por isso criticam a fuga da igreja durante os dias de folia, os retiros são defendidos por aqueles que acham que os crentes, sobretudo os mais jovens, devem ser afastados das influências malignas que a festa da carne representa. Outro argumento muito utilizado pelos organizadores de retiros é o de que a igreja precisa de momentos onde possa, longe da agitação do dia-a-dia, promover um contato mais íntimo entre seus membros, além de oferecer oportunidades de lazer e de uma busca mais profunda de comunhão com Deus. Para quem concorda com esse pensamento, uma boa opção é participar do retiro que a Fundação Renascer vai realizar em ltapecirica da Serra, no interior de São Paulo. No ano passado, cerca de mil pessoas participaram da programação, que envolve cultos de ministração e louvor pela manhã e à noite. Durante a tarde, há momentos de brincadeiras e lazer - o local dispõe de piscina e quadras de esportes. A inscrição custa R$ 50, dando direito a hospedagem e refeições, e pode ser feita pelo telefone (011) 277-4688.

A Igreja Missionária Unida, de Maringá (PR), promove seu retiro de carnaval em uma fazenda perto da cidade de Mauá, naquele Estado. E o acampamento Agua Viva, construído pelo pastor Donald Mattson, dos EUA, que estará presente dirigindo o encontro, cujo tema será "Qual a sua atitude?" Uma das atrações é a Noite no Oriente, com trajes típicos e comidas japonesas. Há 180 vagas, e os acampantes participarão de gincanas e brincadeiras entre equipes. Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone (044) 262-2522, e a taxa de R$ 80 pode ser paga em duas vezes.

Em Brasília, a Conjuban (Convenção da Juventude Batista Nacional) promove um retiro para cerca de mil de seus membros. Será em Luziânia, e o tema para estudos será "Importa renascer", ministrado pelos pastores Hidekazu Takayama e Henrique Bonfim, entre outros. Os momentos de louvor deverão ser um dos pontos altos do retiro, pois serão dirigidos por Asaph Borba. O preço é bem convidativo: R$ 40, com direito a alimentação e hospedagem. Os interessados devem ligar para (061) 567-1384. Outra boa opção para jovens de 16 a 30 anos é o retiro do Ministério Palavra da Vida, em Atibaia (SP). São duzentas vagas disponíveis para o evento, cuja programa inclui evangelismo e consagração. Os acampantes serão divididos em grupos de interesses e participarão de estudos bíblicos e cultões, além de reuniões sociais. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (011) 487-1377, e a taxa é de R$ 150. Pode parecer meio salgado, mas quem já foi lá garante que o serviço e as refeições são de primeira. E só escolher para onde ir e passar quatro dias bem longe dos agitos do carnaval.

Nos retiros, os evangélicos têm momentos de confraternização, lazer e comunhão com Deus

Revista Vinde - Edição 3

--- Reage Fábrica Pastor Jimmy Swaggart Epistolas do Leitor Eles não gostam de oposição Os "ro...