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quinta-feira, 4 de janeiro de 1996

Domingo no parque

Assembléia de Deus de Campinho tem piscina e futebol na igreja

Num clima descontraído, os fiéis se divertem de roupa e tudo

Passar o dia na igreja pode não significar mais apenas momentos de comunhão espiritual, como orar, louvar e ler a Bíblia. E, muito menos, para alguns, perder um dia de sol. Pelo menos para os membros da Igreja Assembléia de Deus, de Campinho (subúrbio do Rio), a primeira igreja-parque do Brasil. Agora eles podem unir o útil ao agradável: o templo fica a poucos metros da piscina e, enquanto se estuda a Palavra, pode-se contemplar a churrasqueira. Tudo na maior harmonia e sem escandalizar ninguém.

Inaugurada em junho do ano passado, a igreja-parque ocupa uma área de 4.360 metros quadrados, que antes era utilizada como casa de festas. Foram necessárias apenas algumas adaptações, pois o local já contava com campo de futebol, quadra gramada, piscinas, cantina e chur-rasqueira, além de salão de jogos e playground. O pastor presidente da igreja, Manassés Lins de Brito, 46 anos, conta que, assim que surgiu a oportunidade de aquisição da área, pensou em implantar ali algo semelhante ao que já vira nos Estados Unidos.

A partir daí, e como não poderia deixar de ser, a ideia causou polêmica. Muita gente tem dificuldade de aceitar opções de lazer junto a um templo. "Eu sofri críticas, sim, sobretudo de colegas de ministério da minha própria denominação", revela o pastor Manassés, reconhecendo que "o trabalho gerou pontos de atrito com alguns segmentos". O pastor, porém, garante que "a comunidade está bastante satisfeita".

Os 400 membros da igreja gostaram mesmo da novidade. Em tempos de reclusão forçada pela insegurança, eles têm a oportunidade de se divertir e confraternizar em um ambiente reservado, onde podem garantir a preservação de seus princípios e normas de comportamento. Ali não se fuma, não se fala palavrão e piscina, só de camiseta e bermuda. Estas regras têm de ser observadas mesmo pelos visitantes, já que a igreja admite a presença de não-evangélicos.

A igreja-parque tem restaurante e quadra de esportes

"Nos tempos em que vivemos, temos que ter nossos familiares junto a nós, principalmente nossos adolescentes e jovens. Podemos oferecer algo que eles não precisam ir buscar lá fora, no mundo", comenta o pastor Silas Barbosa de Andrade, vice-presidente da igreja. Para ele, a criação do espaço tem mudado a concepção de igrejas mais conservadoras, que restringem o lazer e as brincadeiras. O pastor Manassés acrescenta que o parque criou um "gancho de evangelização", sobretudo de jovens.

A juventude que freqüenta a igreja está totalmente de acordo. Albert Paiva, de 26 anos, acha que o crente tem o direito de desfrutar de lazer e de uma vida espiritual sadia. Surfista convertido há cinco anos, ele faz uma observação bem-humorada: "Só faltam ondas na piscina".

O líder dos jovens, Tércio Rocha, vê na igreja-parque uma oportunidade de aproximar mais as pessoas. Para quem pensa que só os jovens estão vibrando com a novidade, Lenita Pereira Carneiro, de 75 anos, conclui: "Achei ótimo. Nós vamos tirar muitas pessoas lá do mundo que serão atraídas para Jesus". Ela não teme que essas pessoas venham à igreja apenas para se divertir. Não tem a menor importância, eles podem até vir só pelo lazer, mas aqui eles vão encontrar Jesus e se converter!

Revista Vinde - Edição 3

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