domingo, 11 de fevereiro de 1996

Take Six, jazz a capella


O grupo americano Take Six apresenta um estilo inovador dentro do cenário da música gospel

Por Felippe Hernandes (Tid)

Fotos Divulgação

Não dá para negar: os músicos do grupo americano Take Six criaram novas tendências dentro da música gospel. E o que é melhor: ao criarem novos sons, encontraram melodias diferentes para se louvar e falar das coisas maravilhosas que Deus pode realizar na vida do homem. Competência é o que não falta a essa turma.

Afinal, a banda muda sua música quando bem entende e sempre muda para o jeito que a gente gosta. Há sete anos na estrada da gospel music, os rapazes do Take Six podem hoje desfrutar da credibilidade quanto à qualidade de seu trabalho. No início, a banda chamava-se Alliance, nome que teve de ser mudado, pois já pertencia a um outro grupo. Mesmo assim, o nome serviu para fundar um novo rótulo, chamado Warner Alliance, da Warner Records. De lá para cá, essa trajetória conta com apresentações em festivais de jazz, clássico, cinema, tevês e alguns álbuns.

A música feita pelo Take Six é bem aceita por todo o mundo e, é claro, principalmente pelos nativos da tribo gospel. Alvin Vinny Chea, um dos integrantes do grupo, diz que no início eles tinham medo de encarar a carreira musical, pois a formação deles "era bastante limitada". Mas, com o tempo, aprenderam que "o homem tem se apaixonado pela ligação entre a melodia, as vozes, o espírito, e a forma como esses elementos resultam em sinfonia". Eles entendem que esta sensibilidade musical não é privilégio dos cristãos. E talvez seja por isso que também conseguem espaço para apresentar sua arte em todo lugar.

O mais importante é que essa rapaziada sabe que o maior desafio é manter o fogo aceso para Deus, mesmo tendo de enfrentar as luzes da ribalta. "Mas conhecemos o mundo secular e vemos o quanto é vazio. Ninguém quer admitir que não tem a resposta para os mistérios da vida", avalia Chea, salientando que o Take Six tem a resposta através da oração e da Palavra de Deus.

Take Six é formado por Alvin Chea, Claude Mcknight, Dave Thomas, Mark Kibble, Vinnie e Les Pierce, mas um detalhe muito significativo é que eles costumam dizer que a banda não é deles, mas de Deus. Por nutrir essa postura em relação a Deus é que Chea fica chateado com a atitude de certas igrejas com os menos afortunados, como jovens perdidos e mães solteiras. Segundo ele, há pessoas na igreja que nunca tiveram a chance de falar abertamente sobre seus traumas. "Agem como se a Palavra de Libertação fosse para os outros, e não para si, mas, lá no fundo, estão sofrendo muita dor. Meu coração quebra por tais pessoas. Temos a obrigação de ajudá-las", afirma o músico. E olha que Chea tem conhecimento de causa quando diz que "ninguém pode dizer que é a única pessoa que sofre tribulações".

Sempre com uma mensagem de vida e esperança, o Take Six encontrou e tem apresentado o caminho da bonança contra as ondas de tribulações a que todos nós estamos sujeitos. Sem falar do caminho do sucesso no melhor estilo jazzístico do vocal a capella.


Esta coluna é produzida pela Fundação Renascer. Correspondências para Felippe Hernandes, Avenida Lins de Vasconcelos, 1310 - São Paulo, SP - CEP 01538-001

Um papel para valer

Para o ator Felipe Folgosi,trabalhar nas novelas é como uma missão

Por Stela Bastos

Fotos: Frederico Mendes

Carlos Fernandes
Felipe faz parte da Associação de
Funcionários Cristãos da Rede Globo

Cena 1: Felipe lê os capítulos da semana e vê a cena em que o cigano Wladimir, seu personagem na novela das oito, está na praia vendendo os cobertores das sete feiticeiras.

Cena 2: Felipe se aconselha com o pastor da sua igreja e sai em paz.

Cena 3: Não se sabe por que nem até quando, mas a gravação da cena foi suspensa.

Essa não é uma seqüência da novela Explode Coração, exibida pela Rede Globo de Televisão. É apenas uma pequena sinopse de um dos episódios da vida real de Felipe Folgosi, 21 anaS, um ator bonito, tranqüilo, saudável e, com certeza, um dos mais bem sucedidos de sua geração. À primeira vista, Felipe pode parecer apenas mais um jovem galã de novelas, que sonha com o sucesso: Mas, por trás da bela estampa de paulista bem nascido, existe um cristão fervoroso, cada vez mais disposto a submeter-se à vontade de Deus.

Orando e se aconselhando com os pastores de sua igreja, Felipe estreou na TV como o jovem drogado Júlio, da minissérie Sex Appeal em 1992. Em seguida, fez o paranormal do bem Alef, na novela Olho no Olho. Depois gravou um episódio do programa Você Decide e agora faz parte do polêmico núcleo dos ciganos de Explode Coração, interpretando Wladimir. A sua atuação na TV abriu-lhe, ainda, as portas do teatro profissional. Felipe já atuou ao lado de Othon Bastos, Jayme Periard e Edwin Luisi, em Meus Queridos Canalhas, com direção de Gracindo Junior, e fez o Elicano, da peça Péricles, de Shakespeare, dirigida por Ulysses Cruz.

BUSCANDO O CAMINHO - É difícil escolher o início da conversa com Felipe. Como começou a carreira ou quando se converteu? As histórias se misturam e revelam que, desde muito cedo, Felipe procurava tudo o que tem hoje. Como a maioria das pessoas que optam por essa. profissão, aos 14 anos, ele já demonstrava o gosto pela arte dramática, fazendo teatro infantil na escola. E assim como o trabalho de ator tem raiz na adolescência, ele lembra que, também nessa época, tinha o hábito de acompanhar a mãe em todos os tipos de evento ou reunião de cunho religioso. "Nós estávamos em busca de alguma coisa. Fizemos curso de meditação, tarei, yoga, entramos no espiritismo, umbanda, consultamos cartomante, búzios... Qualquer coisa que indicasse um caminho, a gente ia", lembra. Até que, em 89, fazendo compras de Natal na sofisticada Rua Oscar Freire, em São Paulo, eles encontraram "o caminho", como ele diz, através do diretor de teatro Tomás Gomide, antigo amigo de sua mãe, então convertido à fé evangélica. Conversa vai, conversa vem, ela contou que ia ser submetida a uma cirurgia cardíaca para tentar se livrar de um problema de calcificação na válvula minai e Tomás não fez por menos. "Eu achei estranhíssimo", confessa Felipe, explicando que "ele perguntou se ela cria em Jesus e orou pela cura dela ali mesmo, dentro da loja". Os novos exames confirmaram a cura.

Carlos Fernandes
Carlos Fernandes
Felipe contracena com Stela Freitas, sua mãe na
novela Explode Coração, e com Ricardo Macchi e
Stênío Garcia, seus parentes ciganos

Testemunhas do milagre que p4s um ponto final no sofrimento da mãe, Felipe e sua família nunca mais foram os mesmos. Apesar de seus pais viverem separados, já houve várias conversões de um lado e de outro. "Paralelamente, os parentes da minha mãe e alguns do meu pai também foram se convertendo", diz ele, sorridente. Seu irmão, de 27 anos, também é evangélico. E o pai "já se abriu; só falta ir para a igreja", segundo Felipe. Quando todas essas maravilhas aconteceram, ele já havia participado de outras montagens amadoras no colégio, tinha feito vários comerciais para a TV, em São Paulo, e era aluno do curso de teatro de Celia Helena, devidamente autorizado e incentivado pelos pais. "Sempre fui muito bem na escola, por isso minha mãe não viu problema nenhum", comenta. Mas, a partir daí, decidiu que era melhor colocar as coisas numa nova perspectiva. Trancou o curso e começou a orar incessantemente, pedindo a Deus que respondesse sobre suas opções profissionais. E foi justamente nesse período, que de define como "parada para pensar", em 1992, que Felipe Folgosi foi chamado para fazer o teste da Globo, candidato a interpretar Júlio, na minissérie SceAppeal O papel marcou sua estréia na TV, aos 17 anos.

"SEM COBERTURA, NÃO DÁ" - Felipe não tem dúvida de que só foi escolhido porque Deus quis: "Eu era um entre muitos atores, fiz um teste só e logo que acabei o diretor Ricardo Waddington me disse que eu poderia dormir tranqüilo. Eu sei que Deus tem seus propósitos", conclui, confiante. Mas isso não quer dizer que ele tenha ilusões a respeito da profissão, das características próprias de seu trabalho, do meio artístico, e das freqüentes recaídas que qualquer pessoa pode ter, se não estiver atenta à comunhão com o Senhor. Felipe sentiu na pele as conseqüências de levar a vida "sem cobertura", como diz, quando foi escalado para fazer um dos protagonistas da novela Olho no Olho, de Antônio Calmon, cuja trama se baseava numa espécie de guerra do bem contra o mal através dos poderes paranormais de dois jovens. Felipe fazia o paranormal do bem e o ator Nico Puig, seu amigo pessoal, o suposto adversário. O contexto é fictício e não vem ao caso, mas assim como alguns atores e pessoas da equipe se sentiram gravemente afetados por uma atmosfera espiritual negativa nos bastidores da novela, Felipe também não tem as melhores recordações desta época. "Foi um momento muito importante da minha carreira, artisticamente falando", recorda, "afinal, eu era um protagonista; mas fiquei muito tempo aqui no Rio, morando sozinho, longe da minha família, sem ir à igreja e sem cobertura. Foi pela misericórdia mesmo", admite, com a expressão de quem já cresceu na fé.

CENAS DE BEIJO - É fato, porém, que um ator crente, jovem, bonito e assediado pelas gatinhas de todo o Brasil dificilmente escaparia da curiosidade geral: E essa história de ficar beijando as atrizes? Não tem uma hora em que as coisas se confundem? Afinal de contas, há muitos coleguinhas de trabalho que acabam se envolvendo durante a novela. Mas Felipe não perde a pose para responder sobre as supostas vantagens de seu ofício. E aproveita para fazer uma interessante comparação: "As pessoas têm preconceitos contra a igreja e o cristianismo", argumenta, "mas os cristãos também não podem cair nesse erro, por falta de informação. É claro que há pessoas que se relacionam amorosamente no meio artístico, assim como há casais de namorados em bancos, hospitais, enfim, em quaisquer locais de trabalho. O beijo é técnico, na hora você não está nem vendo a pessoa direito, não é um momento propício a nada", assegura o ator. Ele acha que algumas pessoas se aproximam afetivamente, muito mais pela convivência do dia-a-dia do que por qualquer outro motivo. "Aí, é claro, uma cena romântica pode acabar ajudando", admite, lembrando ainda que a diferença está na repercussão que a mídia proporciona aos namoros de pessoas famosas, como os atores.

Carlos Fernandes
Na novela, Felipe amo Leandro Leal (D), mas namora Roberto índio do Brasil, irmã de Patrick Alenco

Como um deles, Felipe sabe que está na mira das lentes e bastante vulnerável a tais situações. Mas nunca pensou em abrir mão da carreira por conta disso. Quando foi escalado para fazer o cigano, assumiu a mesma conduta que sempre seguiu: orou muito e se aconselhou com o pastor Esteves, da Igreja Renascer, de São Paulo, onde congrega. "Até agora, graças a Deus, não tive nenhuma cena de ler mão, nem cartas, nem fazendo adoração a nada", diz, aliviado. Mas, se for preciso, Felipe tem consciência de que estará agindo como intérprete de uma trama. Na sua visão, o mais importante é estar fora dos muros da Igreja, pregando o amor de Cristo. "Deus precisa da gente em todos os lugares; acho muito bom que a igreja esteja mudando a sua estratégia de evangelismo. Jesus não andava entre pecadores? Se nós não falarmos para este povo, quem vai falar?", indaga Felipe.

FALANDO DE JESUS - Sentindo-se incluído neste chamado, ele acha que está fazendo o que deve: "Todo mundo sabe que sou cristão e tenho tido oportunidade de falar do amor de Jesus para muitas pessoas", ele diz. Felipe procura crescer como ator mas também deixa evidente a preocupação em evoluir como servo de Deus. "Já fui mais ansioso, mas hoje sei que é muito mais valioso dar um bom testemunho e ficar tranqüilo para aproveitar as aberturas, sem obrigação. Mas é claro que eu tenho as minhas estratégias: já orei com muitos companheiros do trabalho, e lhes dei bíblias e livros evagélicos", conta Felipe, sem traços de vaidade. Ao contrário. Felipe deve dar trabalho às meninas com tanto equilíbrio. Ele confessa que já namorou mais de uma atriz, mas descobriu que não vai ser feliz em "jugo desigual", ou seja, namorando uma menina que não seja também sua irmã em Cristo, e está calmo, esperando sua varoa chegar. Apesar das inúmeras jovens evangélicas que dizem estar orando por Felipe - numa desculpa para paquerá-lo, ele tem uma certeza: "Oração nunca é de-mais, e adoro quando oram por mim."

sábado, 10 de fevereiro de 1996

VM Show


Resgatado dos abismos da loucura

Por Benilton Maia

Fotos Divulgação
Nova vida de Paulinho Makuko é mais dançante



A trajetória de perdição de Paulinho Makuko não difere das histórias de dezenas de jovens da geração Woodstock, que buscavam no sexo, drogas e rock'n'roll o escape para suas debilidades emocionais. Como a maioria, estava condenado à loucura ou à morte por overdose. Mas o fim de Paulinho Makuko foi radicalmente diferente. Aos 14 anos ingressou no mundo das drogas, para suportar a morte de seus pais. Apaixonado por música, montou um estúdio de som e fez parte da banda Abismos. Aos 16 anos, passou a pegar drogas pesadas, parou em cana e daí foi para o hospital de doentes mentais. Em São Paulo, foi convidado para integrar a então recém-formada Katsbarnéa e no natal de 1989 Paulinho aceitou a Jesus. Transformado, acaba de lançar seu segundo trabalho solo, em que mescla dance com rap, fiink e afins. Uma celebração ao novo nascimento.

A volta do 'bispo do amor'

Arquivo pesoal
Divulgação

Quem volta ao mercado fonográfico evangélico é o cantor Renato Suhett com o CD Milagre, lançado pela MK Publicitá. Ele já estava sem gravar há mais de três anos, desde os seus tempos de bispo do amor na Igreja Universal. Este é o seu primeiro trabalho fora da Line Records, sua última gravadora. com a qual lançou grandes sucessos. Milagre tem 15 faixas sendo nove de autoria do próprio cantor, que compôs a música Tua graça em parceria com sua esposa Lúcia. Vale a pena conferir a volta do bispo e cantor Renato Suhett.


Pastor Adonias canta para salvar

Ao ouvir Adonias com sua voz a la Tim Maia, as comparações são inevitáveis. Felizmente, ele não tem a pretensão de ser o cover evangélico desse artista. Pastor e cantor, Adonias trabalha com jovens há 23 anos, tendo começado na evangelização e recuperação de toxicômanos da então recém-criada Comunidade S8. A música sempre foi sua aliada na pregação do Evangelho. Apesar da voz potente, Adonias levou tempo para concretizar o projeto de produzir um álbum. Hoje, ele continua evangelizando jovens e seu ministério conta com várias congregações na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Ele também dá total assistência ao grupo de pagode Podes Crer, do qual é diretor e empresário. Em dezembro foi lançado Esse nome vale, em que se encontram blues, acid jazz, balada, rap e algo próximo ao black gospel. Vale a pena conferir.


Arquivo pesoal
Divulgação

O outro lado de Dana Key

Dana Key é sinônimo de trabalho integral, total e irrestrito. Ele se multiplica nas atividades de cantor, composit guitarrista, produtor, escritor, ativista e ainda manteve durante anos a banda de rock cristão DeGarmo&Key, em dupla com o amigo de infância Eddie DeGarmo. Após sua sétima indicação para o Grammy, eles se lançaram em uma turné de grande sucesso, a Acoustic Cafe. Embora em meio à excelente fase, no início de 1995 foi anunciado o cancelamento das atividades da primeira banda evangélica a entrar na MTV americana. A atenção de Dana Key está agora voltada para seu novo álbum solo (Pari of the mistery, ForeFront/95), que dá destaque ao violão acústico. "Vi neste novo álbum uma chance de explorar um outro lado de minha personalidade musical", constata Dana, que neste trabalho revela o seu amadurecimento Teológico e profissional.


DROPS


Aline Barros foi vista de novo ao lado de Xuxa. Dessa vez, durante o especial de natal da apresentadora conhecida como "rainha dos baixinhos". Ela cantou uma das faixas do último disco de Xuxa, chamada Luz no meu caminho, ao lado da própria.

Kadoshi, que já é um xodó dos evangélicos, começa a ser reconhecida popularmente. Em dezembro a banda gravou a mensagem de natal da Liderança Capitalização do SBT. É, mais uma vez, a qualidade dos músicos evangélicos sendo reconhecida.

Arquivo pesoal
Divulgação

Serene & Pearl (foto) cantam desde pequenas. As duas últimas filhas de uma família de seis irmãs nascidas na Nova Zelândia nunca imaginaram fazer sucesso nos EUA e no mundo. As vozes de Serene & Pearl causam no público um singular e profundo efeito. No entanto, elas têm uma convicção: "Não queremos ser consumidas pela carreira, que é um ministério. Deus tem nos permitido compartilhar nossa experiência espiritual com as pessoas, e atingi-las de modo positivo."

Kevin, Hoi Poloi, Guardian e Bride premiaram os participantes do 5º SOS Gospel Festival com super-apresentações. As bandas nacionais também fizeram bonito. O festival durou três dias e merece nota 10. Parabéns à equipe da Fundação Renascer.



VOCÊ É O JUIZ

Esta é o sua chance de eleger os melhores. Daqui a dois meses divulgaremos o resultado dessa eleição. Sua opinião é importante. Copie os itens abaixo, escreva ao lado os melhores candidatos de cada categoria, coloque em um envelope e envie para: Revista VINDE - Coluna VM Show Caixa postal 100.084 24001-970 - Niterói, RJ

  1. Melhor cantor nacional
  2. Melhor cantor internacional
  3. Melhor cantora nacional
  4. Melhor cantora internacional
  5. Melhor banda de rock nacional
  6. Melhor banda de rock internacional
  7. Melhor banda pop nacional
  8. Melhor banda pop internacional
  9. Banda revelação nacional
  10. Banda revelação internacional
  11. Melhor disco pop nacional
  12. Melhor disco pop internacional
  13. Melhor disco rock nacional
  14. Melhor disco rock internacional
  15. Melhor música pop nacional
  16. Melhor música pop internacional
  17. Melhor música de louvor e adoração (nacional/versão)
  18. Melhor show do ano
  19. Banda de melhor performance ao vivo (nacional)
  20. Dois melhores videoclipes internacionais

América sem preconceito

Os artistas cristãos americanos criaram fórmulas para driblar a resistência à mensagem do Evangelho e provar que é possível dar testemunho cristão mesmo quando se está na indústria musical secular. Há quem torça o nariz, mas a verdade é que esse elenco tem chamado a atenção do público e das grandes gravadoras pela força e qualidade da música cristã, até então vista com desdém e preconceito.

Por Benilton Maia

Durante o Hollywood Rock,
Whitney Houstou pregou o Evangelho

GLORIA GAYNOR - Diva da era disco, converteu-se no auge da fama. A carreira tomou novo impulso com o filme Priscilla, a Rainha do Deserto, do qual / ruiu survive (Eu vou sobreviver) foi tema. Em novembro de 1995, esteve no Brasil cantando no Metropolitan, no Rio. No programa Hebe falou sobre sua conversão.

AL GREEN - O rei dos falsetes da soul music agora é reverendo e canta para os crentes de sua congregação em Memphis, no Tennessee, EUA. Mas também faz delirar públicos nada religiosos, como os do último Free Jazz Festival no Rio, com sua abençoadíssima musicalidade. Ele mescla músicas românticas com o melhor do black gospel.

TRINERE - A rainha do funk melody esteve no primeiro semestre de 1995 no Brasil fazendo shows com o DJ Malboro e participando do programa Xuxa Park. Em entrevista à imprensa, falou sobre sua conversão e dedarou que não vai abandonar o título e nem a carreira. Mas anuncia: incluirá músicas cristãs nos próximos trabalhos.

WHITNEY HOUSTON - Re-aproximou-se de Jesus após problemas no casamento e com um fã psicopata. Tem adicionado músicas evangélicas aos últimos discos. Desde 1991 faz backing vocais para Bebe & Cece Winans, artistas gospel. Em seu show no Hollywood Rock, no Rio, cantou dois números de gospel e professou seu amor e fé em Jesus Cristo.

Gloria Gaynor: a diva das discotecas esteve no Rio

RICK SKAGGS - Ao lado da mulher, apresenta-se junto de vários artistas da country music. Em 93 excursionou com sua banda pela Rússia, onde entrou como artista popular. Na ocasião, visitou colégios e internatos e pregou o Evangelho para ex-comunistas. Em um show na Praça Vermelha, em Moscou, cantou Amazing Grace para uma grande multidão.

STRYPPER - De aparência bizarra e som pesado, chocaram crentes e influenciaram headbangers na década de 80. Fizeram megashows nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Japão. O grupo se desfez em 1992. No Brasil, ficaram famosos quando a canção evangélica I believe in you (Creio em você) virou tema de novela da Globo.

AMY GRANT - Assinou contrato com a A&M Records em 1991 para divulgação de seus trabalhos no mercado popular, mas continua vinculada ao selo evangélico Myrrh. Como saldo de seu primeiro álbum pela A&M, Heart in motion, mais de 5 milhões de cópias vendidas. Hoje, Grant tem a carreira dividida entre o mercado evangélico e o secular.

MICHAEL W. SMITH - Já dividia com Amy Grani o título de artista preferido do público jovem cristão quando foi lançado no mercado secular sob o selo da RCA. Sua música passa uma mensagem com valores e princípios cristãos sobre amizade, amor e pressões da vida. A Bompastor é responsável pelos álbuns de Smith no Brasil.

Cantando para Deus e o mundo

Os músicos profissionais evangélicos
que vivem entre a fé e a fama

Por Carlos Fernandes

Fotos: Frederico Mendes

Em pé no palco e outro no Mahar. Assim pode ser definida a vida dos cantores e músicos evangélicos que têm carreira profissional paralela às suas atividades religiosas. Muitas vezes incompreendidos em suas igrejas e comunidades cristãs, esses artistas têm que administrar a difícil tarefa de exercer sua profissão - às vezes, como único meio de subsistência - e sentir-se em condições espirituais para louvar a Deus com seu talento. Na verdade, a questão pode ser resumida da seguinte maneira: é possível alcançar a fama sem perder o caminho do céu?

De um modo geral, as igrejas evangélicas são consideradas boas escolas de música. Cânticos e louvores fazem parte da rotina dos cultos, e todos os participantes, de uma maneira ou de outra, são estimulados a soltar a voz. Há uma infinidade de corais, conjuntos e cantores. Os crentes, decididamente, gostam de cantar e apreciam aqueles que fazem da música um intrumento de louvor a Deus. Mas muitos deles torcem o nariz quando um músico cristão começa a cantar fora da igreja. E se algum evangélico tiver a ousadia de ser profissional da música e atuar em boates, bailes ou shows, corre o risco de tornar-se um proscrito e enfrentar a incompreensão dos irmãos de fé. Neste caso, não há harmonia que resista: a desafinação de idéias é completa.

Graça e Paz (ao lado) defende
parcerias com artistas seculares

Mas como pode o músico evangélico desenvolver a carreira profissional sem comprometer sua fé? Ele pode ter sua platéia e estar sob a luz dos holofotes ou deve contentar-se com as congregações e fazer dos templos o seu único local de atuação? Hélio Delmiro, consagrado como um dos melhores violonistas do mundo, experimentou esta polêmica em sua vida. Com 34 anos de carreira e tendo em seu currículo trabalhos com monstros sagrados da MPB, como Gal Costa, Milton Nascimento e Clara Nunes, além de já ter-se apresentado em palcos de todo o mundo, conta que, quando se converteu, foi estimulado a abandonar tudo e dedicar-se apenas às atividades da igreja. Somente depois de algum tempo percebeu que poderia encontrar o equilíbrio entre- a vida cristã e a carreira, e hoje acha que é possível conciliar as duas. "Existe muita incompreensão com relação ao músico nas igrejas. Todos os crentes podem exercer suas profissões -médicos, engenheiros, advogados - e são até admirados. Mas nós enfrentamos essa oposição", reclama Delmiro. Ele admite, no entanto, que é preciso ser muito seletivo na escolha de lugares onde tocar. "Eu, por exemplo, não me apresento em ambientes lascivos, que possam comprometer minha moral cristã", relata o instrumentista, que também é pastor, para, em seguida, advertir que "é preciso andar sobre o fio da navalha".

Bomilcar acha que o cristão conquista
credibilidade a partir da qualidade

IDÉIAS REVOLUCIONÁRIAS - O cantor, produtor e comunicador Paulo Cesar Graça e Paz, de 44 anos, membro da Igreja Metodista, tem uma postura liberal sobre o assunto. Na sua opinião, é muito bom que o músico evangélico penetre em todos os espaços, de todas as maneiras possíveis, para levar a mensagem de Jesus. Ele vai mais além, e defende que os cantores evangélicos façam até mesmo parcerias com os cantores da MPB, como Ivan Lins e Djavan. "O Paulo Massadas, um compositor conhecidíssimo, fez uma música para mim falando sobre a vida. Para o meu próximo disco, estou buscando parcerias deste tipo. Devemos nos aproximar desses artistas, gravar coisas deles", acrescenta. Ele já gravou cinco discos, e em todos inclui músicas de compositores não-evangélicos. Graça e Paz tem até uma justificativa bíblica para defender suas teses. "Tem muita coisa bonita por aí. A própria Bíblia não diz que devemos reter o que é bom?", indaga. Ele não se incomoda com a possibilidade de causar polêmica - coisa, aliás, comum em sua carreira - e acha que até mesmo os eventos de música evangélica deveriam contar com a participação de cantores populares famosos. Graça e Paz tem uma explicação evangelística para suas idéias revolucionárias. "Há vários tipos de peixes e só vamos alcançar todos usando um tipo de isca adequado para cada um. Eu já gravei com muita gente que não é evangélica e todo mundo se amarrou na mensagem de Jesus. Devemos chamar essas pessoas para junto de nós a fim de tirar o que elas têm de bom e dar-lhes o que temos de ótimo, que não é nosso, é de Deus."

Alexandre Blasifera, cantor e compositor de 28 anos, é outro evangélico que libera geral para ele, tudo pode ser usado para a glória de Deus e "até mesmo dentro de uma boate o crente pode fazer seu local de adoração". Suas músicas não falam diretamente de Deus, mas, segundo ele, "procuram passar uma mensagem positiva, de valores do Evangelho nos quais acredito". Blasifera compôs quatro músicas que foram incluídas por Flávio Venturini no disco Noites com sol.

PROFISSIONALISMO PARA A GLÓRIA DE DEUS -Mas há também músicos evangélicos mais comedidos na avaliação da questão. "O mundo musical requer muito cuidado por parte do cristão", adverte o pastor Nelson Bomilcar, músico e produtor musical de 41 anos. Antes de sua conversão ao Evangelho, há 22 anos, ele trabalhou em São Paulo tocando em conjuntos de rock e MPB. "O músico cristão, assim como qualquer outro profissional evangélico, precisa ser criterioso para saber se deve ou não tocar em algum lugar ou aceitar determinado convite", lembra Bomilcar. Ele já trabalhou com Tim Maia e Dudu França, e também ao lado de feras da música evangélica brasileira, como Sérgio Pimenta, Vencedores por Cristo, Grupo Semente e João Alexandre. Além de atuar em composição, treinamento louvor na Igreja Evangélica Projeto Raízes, em São Paulo, Bomilcar tem-se dedicado a trabalhos na área de publicidade e defende que o músico cristão deve se esforçar para ser um profissional de excelente qualidade e conseguir credibilidade, pois, desta forma, estará "glorificando o nome de Jesus e honrando o Evangelho".

Grupo Fé Menino: cantando em casas
noturnas sem drama de consciência

Buscar a glória de Deus através do seu trabalho também é o objetivo das integrantes do conjunto Fé Menina, de Goiânia (GO), que canta bossa nova e MPB em casas noturnas, congressos, aniversários e outros eventos. Composto por três evangélicas - Monica, Soila e Gila, além do violonista Rogério Pinheiro -, o grupo existe há um ano e as músicas do seu repertório incluem composições de Tom Jobim, Chico Buarque e Dorival Caymmi. Segundo Monica, que é membro da Igreja Presbiteriana Maranata, ela e suas companheiras não enfrentam nenhum drama de consciência por serem crentes e cantar esse tipo de música. "Minha igreja é liberal a esse respeito, mas há alguns grupos evangélicos que vêem nosso trabalho com reservas", revela. Recentemente, o Fé Menina participou do Canta cerrado, um festival de música promovido pela Rede Globo.

Mas há alguns que preferiram dedicar-se somente à música evangélica, como é o caso de Quico Fagundes, cantor, instrumentista e compositor de Brasília, que já atuou como músico profissional e participou da gravação de discos seculares. Com formação em violão clássico, Quico, 39 anos, pertence à Igreja Metodista e já gravou um disco próprio, com músicas cujas letras não têm clichês evangélicos. Ele diz que atualmente prefere se envolver só com louvor, mas que essa decisão foi pessoal. Quico faz restrições, no entanto, a eventos que não definem claramente que tipo de música será apresentado. "Quando o show é de música evangélica, deve-se fazer uma divulgação clara disso. Imagine alguém indo a este evento para ouvir música, chega lá e, de repente, param tudo e começam a ler a Bíblia e pregar? Outra coisa: se o objetivo é levar o Evangelho, não acho correto cobrar ingresso."

Cleberson acha que o fundamental é deixar
bem claro qual é o objetivo e não misturar as coisas

DAR A DEUS O QUE É DE DEUS -Não misturar as coisas é também a preocupação de Cleberson Horst, 45. Se, pelo nome, não é possível reconhecê-lo, basta lembrar que ele é tecladista do grupo Roupa Nova, conhecido em todo o Brasil há 15 anos, através de músicas que falam de amor e já embalaram muitas paixões - entre elas Volta pra mim, um grande sucesso composto por ele. Cleberson lembra que o fundamental é ser claro nos objetivos. "Não se deve iludir as pessoas. Se a intenção é evangelizar, por que não dizer isto claramente?", questiona. Em relação à carreira profissional na música, Cleberson entende que "nós estamos neste mundo, embora não pertençamos a ele", e revela que, desde que se firmou no Evangelho, há cerca de dois anos, procura ser criterioso consigo. Ele se recusou, por exemplo, a participar da gravação de uma música de Raul Seixas que debochava do nome de Jesus. "O produtor ficou inconformado, mas os meus companheiros do conjunto respeitaram minha posição", lembra. O baterista do Roupa Nova, Serginho, também é evangélico, e Cleberson garante que todos têm convivido muito bem. As constantes viagens não impedem que Cleberson freqüente os cultos da Igreja Metodista e eventualmente até "dê uma forcinha no louvor", como ele diz.

Pauty Araújo

SUBMUNDO GOSPEL - A questão comercial também gera polêmica entre determinados setores evangélicos, pois muitos não aceitam que o crente ganhe dinheiro com música gospel. Este mercado consumidor cresceu na mesma proporção da qualidade e quantidade do trabalho produzido, criando um filão que vem sendo mais explorado a cada dia. Mas uma das conseqüências disso, na opinião de Nelson Bomilcar, é o surgimento de um "submundo da música gospel com pessoas que se aproveitam do crescimento do setor apenas para se promover e faturar". Sem citar nomes, ele denuncia que há "muitas gravadoras pseudo-evangélicas".

O controvertido cantor J. Neto, 35 -conhecido como o cover evangélico de Roberto Carlos - se diz enganado pelos donos de gravadoras no meio evangélico. "Eu gravei oito discos e não ganhei quase nada com isso", revela. Ele acaba de gravar um CD com dez músicas, sendo sete românticas e apenas um hino. Este trabalho foi lançado em um show no Canecão, uma casa de espetáculos do Rio. Neto diz que sua intenção agora é ganhar dinheiro "como nunca ganhou". No entanto, tem percebido que pode evangelizar através do disco, "embora muitos irmãos o classifiquem como mundano", conforme revela. Convertido em 1981 e membro da Assembléia de Deus, o cantor já atuava profissionalmente quando conheceu Jesus. Assim como aconteceu com Hélio Delmiro, foi aconselhado a abandonar sua carreira secular, "pois disseram-me que eu estava pecando por cantar na noite", lembra. "Mas depois que me firmei em Jesus entendi que posso ser crente e cantor profissional com a consciência cristã tranqüila."

J. Neto assegura que não imita Roberto Carlos, mas admite que sua voz "tem um timbre parecido com a dele". Embora se confesse fã do rei, alfineta: "As pessoas que dizem isso maldosamente são ignorantes a respeito de música ou têm inveja de mim. A nossa voz realmente se parece, mas eu não o imito. Ele próprio já disse que gostou da minha voz." E dá um recado para os que não acreditam nisso: "Digam o que quiserem, o importante é o meu coração."

Para Wanda Sá, testemunho pode
substituir a pregação

Encontrar o equilíbrio entre a carreira profissional e a evangélica parece ser o objetivo que todos aqueles que aceitam o desafio de conciliar sua fé cristã com o mundo da música. "Eu tenho os mesmos desafios que qualquer crente, que é o de ser cristã no meu meio", conta Wanda Sá, cantora que participou do início do movimento da bossa-nova e que, depois de sua conversão, conseguiu conciliar ambas as coisas. "Quando eu canto MPB, as pessoas dizem que eu passo alguma coisa, mesmo que as músicas não falem claramente de Jesus. Em certos shows não há espaço para falar do Evangelho. Mas o fato de eu ser uma cantora conhecida me leva a lugares aos quais não iria se não o fosse. Tenho condições, assim, de dar meu testemunho, mesmo que apenas através da minha postura, da minha vida", conta Wanda, que é presbítera da Comunidade de Jesus, no Rio, onde desenvolve um trabalho de assistência a pessoas carentes e prega o Evangelho. Tudo com muita paz interior e sem nenhuma acusação de consciência, como convém àqueles que se propõem a cantar para Deus e o mundo.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 1996

O pregador da Times Square

Trabalho de David Wilkerson está firme e forte em Nova Iorque

Por Renata Éboli, de Nova York

Carlos Fernandes
David Wilkerson: a paixão pelo
evangelismo impede sua aposentadoria

Na década de 60, o mover do Espírito Santo levou a Nova Iorque o jovem David Wilkerson, pastor da igreja Assembléia de Deus de Philipsburg, pequena cidade do interior de Pensilvânia. Numa noite em que lia distraidamente a revista Life, uma reportagem acerca do julgamento dos integrantes de uma gangue de rua que assassinaram friamente um jovem paraplégico de 15 anos chamou-lhe a atenção. Incompreensivelmente, as lágrimas escorriam de seu rosto e o coração se encheu de paternal compaixão por aquelas pessoas que ele nunca tinha visto. Deus o desafiava a cuidar desses rapazes perigosos. O pastor caipira aceitou a missão e foi para a cidade grande numa aventura, relatada no clássico da literatura evangélica A cruz e o punhal, da editora Betânia. Embora tivesse empreendido todos os esforços, Wilkerson jamais conseguiu se encontrar com os rapazes da reportagem, mas a certeza do chamado de Deus fez com que ele se embrenhasse pelo submundo até então esquecido da sedutora Big Apple, cuja voracidatle ainda devora jovens negros e porto-riquenhos, destituídos de todos os privilégios e possibilidades de dignidade de vida.

A conversão de Nick Cruz, chefe de uma das gangues, deu início a um empenho missionário sem precedentes em áreas urbanas, que teve como conseqüência a criação do Desafio Jovem, um centro de recuperação de adolescentes de rua viciados em drogas e todo o tipo de maus hábitos, que, no início, funcionava em sua própria casa. O modelo pioneiro do Desafio Jovem foi reproduzido pela igreja Assembléia de Deus em vários países, inclusive o Brasil.

Atualmente, a Times Square Church, igreja independente fundada pelo pastor David, funciona num antigo teatro da Broadway, no coração de Nova Iorque: a ilha de Manhattan, centro da riqueza e da badalação, mas também da prostituição e da violência. A igreja abriga vários ministérios, mas continua a dar prioridade à evangelização em becos, presídios, hospitais, redutos de gangues de adolescentes, metrôs e outros locais, a exemplo do que Wilkerson fazia, sozinho, no início. O Raven Truck, um dos ministérios mais fortes, percorre as ruas na madrugada, levando alimento e roupa aos homeless, os sem-teto.

As preocupações do pastor Wilkerson nunca se desviaram dos adolescentes de rua que constituíram seu principal alvo de evangelização. Ele descobriu outras necessidades e, hoje, a Timothy House abriga, recupera e reintegra à sociedade os viciados e alcóolatras, mas também dá atenção aos idosos e deficientes físicos: os voluntários provêem até o transporte para levá-los à igreja. Grupos marginalizados, como de portadores do HIV e seus familiares, encontram um programa especial de evangelização. Judeus e muçulmanos, também. Além disso, missionários são enviados para diversos países. Hoje é dada atenção especial para a evangelização da Rússia.

Carlos Fernandes
A igreja, que não pertence o qualquer denominação tradicional, divide espaço com os teatros da Broadway, no coração de Nova Iorque

PROMISCUIDADE X SANTIDADE - O pastor David Wilkerson acredita que a situação espiritual em que se encontra a América atualmente é resultado da perda do senso de pudor e da banalização do sexo, que trouxeram à sociedade resultados catastróficos. Por outro lado, ele observa que a igreja está sendo conclamada ao reavivamento, à santidade, através de inúmeros movimentos de oração. Segundo Wilkerson, as pessoas estão se voltando para uma adoração mais intensa, profunda e vibrante. "Talvez, isso se dê em função da sede espiritual que assola a humanidade, uma sede nunca vista em toda a história. Mesmo próximo a um colapso econômico e social, o povo está firme. Deus está nos preparando para as coisas que ainda acontecerão", acredita. O pastor David percebe que "o sopro do Espírito varre várias partes do globo terrestre de maneira única, levando pessoas de culturas diferentes a buscar a Deus de forma tão parecida". E acrescenta: "Se por um lado a decadência moral é um fato, a mudança no campo espiritual tem sido semelhante."

David Wilkerson já poderia estar aposentado há dez anos, mas sua paixão e zelo pelos incontáveis obreiros que são instruídos para evangelização não permitem que isto aconteça. Sua decisão de continuar pastoreando é tão inequívoca quanto a certeza de um dia ter sido chamado para levar o Evangelho à cidade de Nova Iorque.

Fotos: Frederico Mendes

Novidade

SOS para 200 mil vidas

Fotos: Divulgação Gospel News

O público lotou o Pacaembu durante os três dias do megaevento gospel

Cerca de 200 mil pessoas compareceram ao 5º SOS da Vida Gospel Festival, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, de 21 a 23 de dezembro para apreciar, em ritmos musicais variados, o que há de melhor na gospel music. Nelson.Ned, Mara Maravilha, Carlinhos, Aline Barros e as bandas Resgate, Oficina G3, Katsbarnea e Kadoshi se revezaram no palco de estrutura metálica de 15 toneladas e louvaram a Deus com um som de seis toneladas e 300 mil watts de potência. As bandas internacionais Guardian, Bride, Hoi Polloi e o vocalista do DC Talk, Kevin, deram um colorido todo especial ao evento organizado pela Fundação Renascer, que contabilizou 100 caravanas de todo o Brasil e até do exterior. O sucesso se deve ao esforço de quase 3 mil pessoas que trabalharam na sua realização, que teve cobertura das principais redes de televisão do país.

Considerado um dos maiores eventos gospel do mundo, o primeiro dia do festival teve a banda americana Guardian, que aqueceu a galera com o seu hard rock cristão. Uma das canções mais solicitadas foi Come on everyone. O guitarrista Tony Palacios conquistou o público no momento do bis, ao voltar ao palco com a camiseta da seleção brasileira de futebol. Foi um delírio.

O Katsbarnea foi uma das super:bandas que agitaram a multidão

O grande destaque do segundo dia foi a banda norte-americana Bride (Noiva). O vocalista Dale Thompson fez o Pacaembu tremer com a voz característica, o jeito vibrante de dançar, deixando as tatuagens à mostra. O mais importante é que depois de muita sonzeira santa, Dale pegou a Bíblia, falou de Deus, o motivo de seu louvor, e desvinculou sua imagem de qualquer idolatria. O terceiro dia do 50 SOS foi considerado o melhor. O Bride resolveu se apresentar novamente, garantindo o agito ao lado da banda Hoi Polloi, da Nova Zelândia (o nome significa pessoas comuns). A vocalista Jenny Gultoa entrou no palco com uma peruca preta, escondendo a semelhança física com a cantora Madonna, mas não demorou muito para revelar seus curtos cabelos louros, a bela voz e a excelente performance sob o foco dos canhões de luzes. A música mais aplaudida do Hoi Polloi foi Love has come. Kevin, do grupo DC Talk, também se apresentou no último dia. Veio sozinho, mas não fez feio. Ele arriscou algumas palavras em português e seu bom humor, além das qualidades musicais, prenderam a atenção da moçada, mesmo com a chuva forte que caiu durante a apresentação. O momento mais emocionante foi quando Kevin cantou com o vocalista do Oficina G3, Manga, o tradicional Vencendo vem Jesus, mesclando português e inglês em ritmo de rock e tendo a platéia como coral.


Louvor em Guarapari

Guarapari, litoral capixaba, tem um dos verões mais quentes da temporada. De 26 a 28 de janeiro as areias da praia de Meaipe foram palco do I. Festival de Música Gospel de Guarapari. O evento da Assembléia de Deus de Meiape teve apoio da Vinde (Visão Nacional de Evangelização) e da Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Cultura. A Fábrica de Esperança montou uma exposição no local.

Carlinhos Félix nos 'States'

O ex-líder do Rebanhão 'arrebentou' na terra de Tio Sam'

O carioca Carlinhos Félix, 36 anos, que começou a brilhar no Rebanhão, tem na humildade e na simpatia as marcas de seu carisma. Sua jornada solo começou em 1991, após 13 anos no grupo. Faz questão de ressaltar a imensa gratidão pelo público que o acolhe sempre com muito carinho e respeito. Carlinhos esteve recentemente nos Estados Unidos, onde realizou uma turnê de 14 dias, tocando em teatros e igrejas da Flórida, Massachussets e Nova Iorque. Nesta cidade, tocou no show da banda australiana Newboys. Carlinhos Felix está divulgando seu mais recente lançamento, Nada a perder (MK Publicitá/96). Destaque para Muros de pedra, uma regravação dos bons tempos do Rebanhão.

O amor é lindo

Arquivo pesoal
O out-door de Ana Caroline emocionou o namorado

Quem disse que os evangélicos não são românticos? Alessandro, de 19 anos, namora Ana Caroline, 16. Um dia desses ele foi surpreendido quando passava pela rua: viu um out-door perto de sua casa com uma declaração de amor da namorada. Alessandro ficou muito emocionado e diz que nunca ouviu falar que outro cristão tenha recebido declaração como essa. "Não achei que ela seria maluca a ponto de fazer isso; fiquei emocionado", confessa. Eles já estão namorando há um ano e meio e devem encarar o noivado logo logo. Alessandro Ferreira Cury Paixão é filho do pastor Mauro Rogério Paixão, da Igreja de Nova Vida do Maracanã e Ana Caroline Gemal Ferreira é filha do pastor Miguel Ângelo, da Igreja Cristo Vive.

Secundaristas evangélicos se organizam

Os estudantes evangélicos de segundo grau podem contar com um bom suporte para o trabalho de evangelização em suas escolas através da Aliança Bíblica Secundarista - ABS. O movimento foi criado pelo pastor Robinson Cavalcanti, em Recife (PE), e já está no Rio de Janeiro, Paraná, Piauí, Bahia, Amazonas e Minas Gerais. Para não haver desencontros no período de férias, a ABS reúne a galera em confraternizações, como a que aconteceu no dia 6 de janeiro na Igreja Batista de Itacuruçá (RJ). Para saber como criar a ABS em sua escola entre em contato com Marcos, coordenador no Rio de Janeiro, pelo telefone (021) 280-4535.

Revista Vinde - Edição 3

--- Reage Fábrica Pastor Jimmy Swaggart Epistolas do Leitor Eles não gostam de oposição Os "ro...