sexta-feira, 2 de fevereiro de 1996

Sérgio Manoel: Mais que vencedor

Por Marcelo Dutra

Campeão brasileiro com o Botafogo, Sérgio Manoel canta a vitória em Cristo

Carlos Fernandes
Vitorioso sobre o Santos, que o havia liberado,
Sérgio agora vai jogar no Japão

Mais que vencedor. É assim que Sérgio Manoel Júnior se sente. ídolo do Botafogo de Futebol e Regatas, e um dos principais jogadores do atual campeão brasileiro de futebol, Sérgio Manoel, embora não se considere um grande craque, se declara um atleta determinado e credita todo o seu sucesso a Deus, que segundo ele é quem lhe dá a vitória eterna. Aos 23 anos, já atuou no Santos - clube que ajudou a derrotar na final do campeonato brasileiro -, no Fluminense e na seleção brasileira. Casado com Andréia e pai de Mateus, de um ano, Sérgio Manoel está convertido ao Evangelho há cerca de dois anos, depois de uma experiência sobrenatural com Deus, na qual uma visão mudou definitivamente sua vida. Ele é um dos mais ativos participantes da missão Atletas de Cristo, grupo que reúne esportistas ao redor do mundo, cujo trabalho é responsável por todo o seu aprendizado e crescimento espiritual Com o passe negociado pelo Botafogo após a conquista do título brasileiro, Sérgio Manoel acaba de assinar um contrato com o Cerezo Osaka, do Japão. Mais um desafio na carreira desse paulista de Santos. Além de jogar futebol naquele país, Sérgio pretende proclamar a sua fé em Deus com a mesma coragem e determinação que marcam sua vida profissional. Em seu apartamento na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, pouco antes de viajar para Santos com a família, o ponta-esquerda Sérgio Manoel deu a seguinte entrevista à revista VINDE:

Depois de jogar pelo Santos Futebol Clube, como se sentiu derrotando esse time na final do campeonato nacional?

Eu me senti bem. Ganhar do Santos serviu para provar àquele clube que foi um erro terem deixado eu sair de lá. Eles não deram o meu real valor. Mas amém, porque se estivesse no Santos até hoje, eu teria sido vice. Nada acontece à toa.

Em algum instante do campeonato brasileiro você achou que o título estava perdido?

Em momento algum esta idéia passou pela minha cabeça, porém, em determinadas situações, cheguei a pensar assim: "Pôxa, Senhor, isso está impossível!" Lá no Mineirão, na semifinal, sofremos uma pressão muito grande do Cruzeiro e o resultado foi 1 x 1. Ali eu falei: 'Senhor, se tu não tomares a frente disso aqui, eu não vou agüentar." Eu sentia que o time estava cansado, estressado e desgastado fisicamente. Naquele momento, eu senti que se a equipe passasse daquela partida, ninguém iria tirar o caneco da gente. Na minha opinião, o Cruzeiro era a equipe mais experiente e, conseqüentemente, a que estava mais tarimbada para disputar uma grande final. Diante do Botafogo eles tinham uma superioridade muito grande, mas nós conseguimos passar por eles.

O Botafogo preferia que as finais fossem no Rio?

Sim, porque nós íamos jogar as duas partidas no Maracanã. No aspecto financeiro seria muito bom para nós. E, também a campanha do Reage Rio (movimento pacifista pela recuperação do Rio de Janeiro) ganharia força, porque o Rio ficaria em evidência.

Como você acompanhou o movimento Reage Rio?

O movimento deveria ser a nível da política também. Os políticos não fazem o que têm que fazer. Depois de eleitos, eles não cumprem nada. Eu não tenho esperança nenhuma no homem, principalmente no político. Só peço a Deus que tenha misericórdia das milhares de pessoas que estão na dependência desses homens aqui na terra. Quanto a nós, acho que criamos um cerco de proteção, porque se encararmos tudo o que vemos nas ruas, não vamos viver bem. Tanta miséria, tanta fome, tanta violência. Acho que os políticos deveriam fazer um trabalho mais consistente. Apenas um ato como esse não é suficiente. No final do ano que vem você vai me perguntar: e aí, valeu? Nós faremos um retrospecto e vamos descobrir que não valeu de nada. Ganhou, sim, a conscientização de todos, mas não vai sair da cabeça. O mais interessante são as atitudes. É difícil a gente pedir hoje uma ajuda. No Botafogo nós estamos pedindo ajuda para um garotinho que precisa fazer transplante de coração. Conseguimos levantar R$ 950 e o garoto precisa de R$ 18 mil

"Não tenho nenhuma esperança no homem, principalmente no político. Eles deveriam fazer um trabalho mais consistente"
Carlos Fernandes

Você diz que sempre ora antes de entrar em campo. Durante o campeonato brasileiro você manteve esse costume?

Às vezes oro durante o jogo. Deus não especifica a forma como a gente tem de orar, nem as palavras, a hora, o local, nada. Então eu tenho a liberdade de orar onde estiver. Oro antes, durante e, principalmente, depois do jogo, seja qual for o resultado, porque eu já sou mais que vencedor. Aprendi que a minha maior vitória é conseguir espaço para levar a Palavra de Deus.

Você ora até quando o juiz faz uma besteira?

Eu levei muita bronca no início do ano porque andava irritado com a arbitragem. Resmungava, reclamava muito, gesticulava. Hoje estou mais ponderado. Eu também xingo. Em determinados momentos é difícil controlar. Mas depois a gente pede perdão, reconhece que está errado. Muitas vezes procuro sair fora da provocação, mas tudo tem limite. No jogo da decisão, por exemplo, o Marquinhos Capixaba me catucava, dando trombadas por trás o tempo todo, e teve um momento em que eu falei: se você quiser graça, nós vamos ter graça agora. Então ele parou e ficou tranqüilo o resto do jogo. O adversário tem que saber que eu sou evangélico, mas dentro de campo sou um jogador de futebol. Quando tiver de fazer uma falta, eu vou e faço, mas nunca com a intenção de quebrar a perna do companheiro, ou dar uma cotovelada na boca de um jogador. Agora, na oração, eu nunca oro para vencer. Eu acho que isso não é certo, porque nos outros clubes também temos irmãos.

O que você pede a Deus quando ora?

Peço que ele me proteja, que eu não tenha contusão, e que seja possível, depois do jogo, falar da Palavra para alguém. Minha oração é sempre baseada nisso, nunca na vitória, ou para que eu seja o melhor em campo.

Você pediu a Deus para fazer o gol do título?

Pedi para fazer um gol na final. Com isso eu teria espaço para falar da Palavra. Eu dizia: toda a honra e toda a glória pertencem a Jesus, não a mim. Se eu fiz algo, foi graças a Deus. Se eu sou perfeito, se tenho dois olhos, enxergo, ando e tenho saúde, é por causa Dele. Se eu não tive contusão durante o campeonato inteiro foi porque Jesus estava ao meu lado. E foi ele que me deu a oportunidade de estar ali, porque eu não sou merecedor. O nome de Deus tem que ser exaltado mais que qualquer outra coisa, não o meu.

Você se considera um jogador muito bom?

Eu sou um jogador normal, médio. Não consigo me ver ainda como jogador de seleção. Vejo o futebol dos outros jogadores e acho que eles têm mais potencial. No entanto: por onde eu passo, estou em destaque. Acho que o segredo é minha perseverança, não sou nenhum cracaço.

A que você atribui seu sucesso?

A Deus. Ele está me sustentando. Penso que o Senhor tem um ministério a me dar, para que eu possa retribuir tudo o que Ele tem feito por mim. O que eu fiz ainda não foi suficiente para agradecer a Deus tudo o que ele tem me dado. Eu não sou merecedor de tantas coisas. Para mim, isso é um mistério.

Qual foi o melhor momento da sua carreira?

Foi ter chegado à seleção brasileira.

Mais do que ter sido campeão pelo Botafogo?

Sim, porque ser campeão brasileiro é uma conquista coletiva, enquanto chegar à seleção foi uma conquista individual. Nessa hora fui muito abençoado por Deus. Só pude dizer: "Senhor, essa benção é só tua."

"Acho que não é certo orar para vencer um jogo porque nos outros times também tem irmãos na fé"
Carlos Fernandes

Como foi sua experiência de conversão?

Em 89 eu tive o primeiro contato com a Palavra de Deus, através do César Sampaio. Nós jogávamos no Santos. Na época, o César e outro jogador, o Davi, ergueram a bandeira do Evangelho e foram adiante. Foi quando ouvi falar dos Atletas de Cristo e comecei a colocar a Bíblia como meu livro de cabeceira. Mas o impacto inicial da mensagem de Deus foi em 93. Fui pego de surpresa. Eu estava na concentração do Santos e escutei o Sérgio, o Darci e o goleiro Gomes conversando sobre igreja. Todos eram evangélicos, o Gomes, inclusive, era pastor. Aquilo ficou, na minha cabeça, deixei de lado a revista que estava lendo e perguntei que conversa era aquela.

E o que eles responderam?

Disseram que o Gomes estava na igreja dirigindo cultos e me convidaram para ir a um. Eu me interessei na mesma hora. Cheguei em casa e falei com a minha esposa: "Olha, baixinha, tem uma reunião na igreja lá em São Vicente e eu vou. Vamos?". Ela não era cristã, bebia e fumava, mas concordou. No caminho quase bati com o carro, avancei sinal vermelho, não enxergava nada. O inimigo de nossas almas tentou de tudo para nos impedir. Na igreja prestamos atenção na oração, no culto. Eu estava absolutamente gelado, não sentia nada. O pessoal louvando, agradecendo, até minha esposa estava chorando. Mas o meu coração parecia de pedra. O Gomes se aproximou e falou comigo, ou melhor, foi o Espírito Santo. O pastor Gomes foi só um canal. Ele apontou pra mim e disse: "Não duvides de mim, porque esta noite mesmo eu te terei em prova." Nessa hora eu pensei: "Por que ele está me dizendo isso?"

Quais foram as conseqüências disso?

Eu fui embora com a minha esposa. Quando chegamos da igreja fomos dormir. No meio da madrugada, porém, eu comecei a ter uma visão. Acordei de madrugada e vi que o teto do quarto começou a clarear. Fechei os olhos e quando abri novamente havia dois anjos. Um veio na minha orelha direita e falou pra eu orar e pedir tudo o que quisesse. Comecei a orar e pedir como nunca. Eu vivia problemas de casamento, estava numa fase de depressão, no fundo do poço mesmo. Não tinha paz nem vontade. Nessa época eu tinha muitas dificuldades jogando lá em Santos. Viera do Rio", onde havia jogado uma temporada excelente no Fluminense. O meu passe era do Santos, que me pegou de volta e me encostou na reserva. Eu não treinava com os titulares. A minha situação era de desespero. Neste período morava na casa da minha sogra e passava por uma tribulação muito grande. Se não fosse a misericórdia de Deus, não sei onde minha vida estaria hoje. Nesse momento orei por todos os meus problemas, toda aquela situação em que me encontrava. Eu não conseguia me mexer, só olhar e orar, tendo aquela visão maravilhosa de um portão de bronze, enorme, aquela claridade, os anjos. Os cabelos deles eram encaracolados, vestiam-se de branco, tinham asas e voavam. Acho que tinham uns dois metros de altura e eu fiquei ali, me deliciando com aquilo.

E sua mulher também viu algo?

Eu tentei acordá-la, mas só consegui me mexer quando a visão se foi e ficou tudo escuro novamente. Então acordei minha esposa. Fomos para a cozinha, e eu consegui falar-lhe da visão. Ela começou a chorar. O mais incrível foi que Deus mostrou que estava me escolhendo para que eu fosse servo dele. No dia seguinte procurei o Gomes para contar a visão. Ele me fez esperar até o final do treino. Eu falava que tinha de lhe contar uma coisa, mas ele me dava as costas de propósito, dizendo: "Tenha calma, depois a gente conversa." Quando acabou o treino fui para o vestiário, tomei banho e fiquei esperando. O Gomes foi o último a sair. Quando finalmente me deu atenção disse: "Não fala nada, aconteceu isso, isso..." E me contou tudo que eu tinha visto no quarto. Aí não tinha mais como fugir, não havia mais saída. Eu disse: "Me entrego, estou aqui Jesus, me faz nascer de novo."

Você tem frequentado qual igreja?

A Igreja Batista, no Centro do Rio, próxima à Candelária. Ali tem reuniões para os Atletas de Cristo, já que a gente não tem sede.

Qual a importância do ministério Atletas de Cristo para você?

Quando eu estava precisando de uma força, vinha sempre alguém dos Atletas de Cristo trazer uma Palavra, uma carta. Às vezes eu estava cheio de problemas e esse ministério me sustentava. Se eu consegui aprender alguma coisa e crescer espiritualmente, foi graças aos Atletas de Cristo.

Como você encara o fato de ser um ídolo popular?

Vejo como um espaço que Deus está me proporcionando. Ser ídolo de um clube como o Botafogo, que tem uma torcida muito grande, me dá condições de falar a Palavra Dele e essa Palavra, como uma flecha, vai cair certinho no coração do amigo que está ouvindo.

"Recebi uma profecia que se confirmou com a visão de anjos. Os cabelos deles eram encaracolados, vestiam-se de branco, tinham asas e voavam"
Carlos Fernandes

O que mudou na sua vida profissional depois que você se converteu?

Ultrapassei todos os objetivos. Seleção, sucesso no Botafogo, reconhecimento individual. Saí da posição de jogador promessa em 93, e hoje sou uma realidade, sou respeitado. A situação financeira sem dúvida mudou muito, pois posso levar uma vida de bom nível e dar conforto à minha família. O que mais chama a atenção na minha vida profissional é que desde que eu aceitei Jesus não houve mais contusão séria na minha carreira. Sei que Ele está me olhando e isso não vai me acontecer.

Como seus companheiros de clube vêem a sua fé?

A partir do momento em que assumi, levantei a bandeira do Evangelho e comecei a levar a Palavra, o pessoal passou a respeitar. Eu acho que eles não respeitam é aquele que fica em cima do muro.

Eles se interessam pela palavra de fé que você transmite?

Quando ficávamos sem receber salário alguns companheiros me perguntaram: "Pôxa Sérgio, você está feliz e duro. Nós não recebemos nada e você está feliz?" E eu respondia que essa felicidade, essa paz que eu tenho é de Deus. Já aproveitava e soltava a Palavra. Com essa atitude eu acabava por chamar a atenção deles.

Como você evangeliza os seus companheiros do Botafogo?

A maneira sempre é a mesma: cultos antes dos jogos. Também convido os companheiros para visitar igrejas, mas o mais importante é o meu testemunho, através da minha vida e conduta.

Que jogador já recebeu essa mensagem?

O principal fruto foi o Gottardo (zagueiro do Botafogo). Vê-lo convertido foi uma vitória muito grande, porque ele era muito cabeça-dura. Ele é inteligente, tem uma personalidade muito forte, e foi difícil falar da Palavra pra ele. Mas a semente ficou dentro do seu coração e várias vezes ele me perguntava alguma coisa. Eu acho que a minha conduta foi importante, pois não sou perfeito, sou cheio de defeitos, mas Deus me honrou e eu não caí. Hoje, sua esposa e dois irmãos dele são convertidos também. Eu sei que o Gottardo orou muito por eles.

No início do campeonato, a imprensa divulgou que houve uma rixa entre você e o Túlio. Como você conseguiu superar esse desentendimento? Você o perdoou?

Posso garantir que houve perdão da minha parte. Nesse caso com o Túlio, teve uma hora em que eu achei que estava no limite. Nós não conversamos sobre as matérias que saíram nos jornais, mas eu o procurei para saber o que realmente estava acontecendo. Ele disse que não havia nada e que ele estava com a gente, e isso me bastou.

Quais são seus planos para o futuro?

Meu passe foi vendido ao Cerezo Osaka, um grande clube no Japão. Espero ficar por lá dois ou três anos. É um desafio, mas acho que vou me adaptar rápido. Não pretendo apenas jogar futebol, mas falar do amor de Deus também. Onde quer que eu vá essa mensagem explode no meu coração, e eu pretendo continuar evangelizando. Para o futuro só sei que Deus tem uma missão específica para mim, não sei qual, mas creio nisso.

Epístola da Redação

Carlos Fernandes

Na opinião da maioria dos crentes, carnaval é sinônimo de isolamento. O princípio básico é simples: se as folias de Momo nada significam para um evangélico, o melhor a fazer é aproveitar o feriado prolongado para fugir da confusão e participar de um retiro. Nosso repórter Carlos Fernandes - que, embora não goste de samba, é um ótimo sujeito - mostra na matéria de capa desta edição que nem todo mundo pensa assim. Para grupos como o Unidos da Videira, da Comunidade Evangélica da Zona Sul, o carnaval é, na verdade, uma oportunidade peculiar de anunciar o Evangelho. E, como ensina o apóstolo Paulo, ocasiões singulares exigem estratégias específicas. Organizado como bloco e entoando "hinos-enredos", como costumam dizer os integrantes, o Cara de Leão é outro que ganha as ruas do Rio, para espanto da populacão - inclusive de alguns irmãos na fé.

Em diversos pontos do país, crentes inconformados com os problemas da fome e da miséria estão arregaçando as mangas. Eles são a mais perfeita tradução do Evangelho integral, contextualizado e ativo, em que a Palavra não apenas é ministrada, como também praticada, tal como Jesus fez ao falar do amor de Deus aos símplices de coração e providenciar pães e peixes para alimentar a multidão que ouvia seus ensinamentos. Nossa reportagem descobriu alguns destes anônimos que não se acomodam com os parcos recursos nerri se deixam abaterteom os obstáculos para realizar um trabalho social sem negligenciar o grande objetivo espiritual.

Nem todo judeu espera do Messias. Nesta edição da revista VINDE você conhecerá os judeus messiânicos, ou seja, aqueles que reconhecem que Jesus é mesmo o redentor prometido ao povo escolhido. Apesar de viverem na dispensação da graça, eles mantêm algumas tradições judaicas que convivem perfeitamente com a fé em Cristo. A matéria é de Teresa Cristina Abreu.

Apesar do perfil mais light da VINDE deste mês, apropriado ao período de férias e verão, a revista volta ao assunto do momento - a briga entre a Globo e a Igreja Universal - trazendo um artigo especial que facilitará a compreensão sobre a complexidade do problema que, ao contrário do que muitos pensam, não se restringe à guerra religiosa. Boa leitura e até março.

Foto: Luiza, o porta-bandeira do bloco Coro de Leão, por Frederico Mendes

sexta-feira, 5 de janeiro de 1996

Ação da Cidadania, a força da sociedade

Por Herbert de Souza

Carlos Fernandes

Ação da Cidadania contra a Miséria pela Vida é um movimento autônomo, descentralizado, que tem a parceria como filosofia principal de trabalho. Em 1993, depois que a sociedade organizada venceu a batalha do impeachment do então presidente Fernando Collor, as entidades da sociedade civil que se aglutinaram em torno do impeachment se reuniram para pensar numa forma de não desmoralizar sociedade, numa maneira de canalizar a força da indignação da sociedade para mais uma causa ética.

O combate à fome e à miséria nasceu de um conceito tão simples quanto a frase que o resume: "democracia e miséria são incompatíveis". A sociedade brasileira podia se orgulhar de ter derrubado um presidente da República dentro das regras democráticas e em respeito a todas as instituições.

"A comunidade evangélica há muito tempo já demonstra seu enorme sentido social"

Hoje, ao entrar no seu terceiro ano, a Ação da Cidadania já contou com a participação de cerca de 28 milhões de pessoas no país inteiro, mobilizou todos os segmentos da sociedade para o combate à fome e à miséria e para a necessidade de geração de emprego. Desde o começo, a proposta da Ação da Cidadania foi deixar de esperar por ações estruturais que não estão ao alcance do cidadão, mas estimular o gesto imediato, a solidariedade de dar um quilo de alimento a quem tem fome. Partir para ações emergenciais sem esquecer de que as ações estruturais são necessárias.

Um dos objetivos dessa campanha é o de promover um encontro dos mais diversos setores da sociedade. Antes, as ações e reivindicações se limitavam a grupos políticos ou a determinadas classes e segmentos da sociedade. Estamos inventando uma nova forma de fazer política, com a participação de toda a sociedade civil.

Neste sentido, a participação da comunidade evangélica é fundamental. Esta é uma comunidade que há muito tempo demonstra seu enorme sentido social e preocupação com o problema da miséria e que também já mostrou que é capaz de realizar grandes ações. Mas a ação não pode parar. Cada grupo deveria se reunir e pensar no que pode fazer de útil à sociedade dentro de área, de seu conhecimento, enfim, dentro do que estiver ao seu alcance. Muita gente já começou a fazer isso e à medida que estas ações crescem, cresce também a nossa cidadania. Cada igreja, cada núcleo, pode se tornar um comitê, um grupo de combate à fome, que não espera apenas por ações, faz. Com isso nossa rede de solidariedade se tornará cada vez maior.

Herbert de Souza, 60 anos, sociólogo, diretor-geral do IBASE, articulador nacional da Ação da Cidadania contra a Miséria e Pela Vida.


Deus trabalha no turno da noite
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Agenda: Janeiro/1996

Feira gospel promete novidades

Carlos Fernandes
Mattos Nascimento cantará na II Fimae

As novidades do mundo gospel estão na feira. Nos dias 8 a 13 de janeiro vai acontecer no Maracanázinho, Rio de Janeiro, a 2ª Feira Internacional de Material Evangélico e Produtos Alternativos - II Fimae. Mais de 60 expositores estarão mostrando os produtos identificados com a mensagem cristã. Além das sessões de autógrafos, o evento contará com as Noites Musicais. Vários cantores e grupos já confirmaram presença, como Mattos Nascimento, Shirley Carvalhaes, Complexo J e Sinal de Alerta. Entre os convidados internacionais está o violonista Robson Miguel, artista da TV Espanhola, induído entre os dez maiores do mundo, que já tocou com Paco de Lucia. Os participantes concorrerão a vários prêmios, inclusive um carro O km.

Vestibular na MPC

Estão abertas até dia 2 de fevereiro as inscrições para os exames de admissão ao curso de Especialização em Ministério com Juventude na Escola de Liderança e Ministério (RIM) da MPC - Mocidade Para Cristo do Brasil. As provas de seleção serão nos dias 10 e 11 de fevereiro. O curso de período integral, começa no dia 27 de fevereiro e tem duração de nove meses. A escola também possui outros cursos de duração menor:

  • Técnico em Ministério com Juventude, com duração de 3 meses;
  • Técnico em Ministério com Juventude por Correspondência;
  • Técnico em Ministério com Juventude em Regime Aberto;
  • e Introdução ao Ministério com a Juventude, curso intensivo em um fim de semana.

As inscrições podem ser feitas pelo telefone (031) 443-6723 ou escrevendo para o caixa postal 1508, CEP 30161-970, Belo Horizonte (MG).


Do Ceará para o mundo

Carlos Fernandes
Ricardo Gondim fala sobre
missões em seminário cearense

O Evangelho para todos os povos. Este é o tema da 9° Conferência Missionária Betesda, nos dias 18 a 21 de janeiro na Igreja Evangélica Assembléia de Deus Betesda, em Fortaleza (CE). Os preletores serão os pastores Ricardo Gondim (SP), Carlos Boucinha (CE), Manoel Filho (BA) e Mordes Pereira (CE), além da missionária Ana Maria (Moçambique). A Igreja Betesda tem missionários no interior cearense, na índia e em Moçambique. Quem quiser participar deve ligar para (085) 272-1869.


Evangelismo no sertão

A cidade de Patos, no alto sertão da Paraíba, será sacudida na segunda semana de janeiro. Diversas igrejas evangélicas do município, de cerca de 100 mil habitantes, resolveram juntar suas forças para realizar uma cruzada nos dias 12, 13 e 14, organizada pelos departamentos de mocidade. Cerca de 400 jovens estarão envolvidos no projeto, que inclui uma programação musical durante o dia, seguida de evangelismo pessoal e cultos noturnos na Praça João Pessoa. Várias igrejas já confirmaram participação, entre elas a Primeira Congregacional, a Presbiteriana Fundamentalista, a Batista da Vitória, a Assembléia de Deus Madureira e a Pentecostal da Missão.

Boa Leitura

Carlos Fernandes

Um irmãozinho?
Tânia Guahiba Buchmann
Vinde Comunicações/1995 -28 págs./ la Edição

Um irmãozinho? é mais que um livro. É um instrumento para pais e educadores. Primeiro trabalho da autora, Um irmãozinho? aborda, por estratégia interativa, uma questão presente na maioria das famílias: a concepção, do ponto de vista infantil. Neste livro, a criança escreve, desenha, cola, enfim, participa da narrativa. Segundo lugar na categoria Contos Infantis no Concurso de Literatura Infanto-juvenil promovido pela Vinde Comunicações.

Compre no Estante Virtual

Carlos Fernandes

Orar com Deus
(Prayer the transforming friendskip)

James Houston
Abba Press/1995 - 319 págs.

Nossa cultura, habituada a desencontros e frustrações, desvaloriza os momentos de silêncio. Acabamos levando as confusões para nossos momentos de oração e meditação na Palavra. Em Orar com Deus, James Houston nos chama a conhecer Deus e encontrá-lo como amigo no sentido mais profundo da palavra. Esta amizade muda em nós a perspectiva de alguém a quem recorremos na crise para um Deus que busca relacionamento com seus filhos.

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Carlos Fernandes

Esboços - 70 esboços de A a Z
Caio Fábio
Vinde Comunicações/1995 -260 págs.

Quem está acostumado com os livros do pastor Caio Fábio com abordagens teológicas ou de exortação encontrará neste título um lado novo do autor: o daquele que busca informações complementares ao texto, que se apropria de ilustrações para tornar a mensagem bíblica próxima a quem a estuda: Pastores e seminaristas são alvos deste livro, útil também para que o público possa tirar dos textos bíblicos a profundidade que oferecem.

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Carlos Fernandes

O mundo de Sofia - Romance da história da filosofia
(Sofres verden)
Jostein Gaarder
Cia. das Letras/1995 - 555 págs.

Para os cristãos, a filosofia é quase uma heresia. No entanto, homens e seus pensamentos têm atravessado séculos e é importante conhecê-los para discuti-los. O mundo de Sofia é bom começo. Utilizando-se da forma de romance, quase thriller, Gaarder conta a história da filosofia tendo como recurso a figura de um professor que se corresponde com Sofia, menina de 15 anos a quem envia cartas que discorrem a respeito do pensamento filosófico.

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Vídeos e Filmes

Por Elivânia Lima

Carlos Fernandes

Frankenstein de Mary Shelley (Mary Shelley's Frankestein)
Direção: Kenneth Branagh
Com Robert de Niro e Kenneth Branagh
Duração: 130 min./1995 - EUA - Drama

"A melhor maneira de ludibriar a morte é criar a vida." Este é o pensamento de Victor Frankestein, personagem ao mesmo tempo protagonista e coadjuvante deste filme. No século 19, um médico se destaca pela obsessão de criar uma espécie que não morra nunca. A oposição deste drama aos referenciais da criação nos traz à memória a constatação do Criador: "E viu Deus que tudo era muito bom". E nos dá uma agradável sensação de valor.


Carlos Fernandes

Uma ironia de Deus chamada Moisés
Apresentação: Reverendo Caio Fábio
Produção: Central de Produções Vinde
Duração: 50 min./1995 -Brasil - Documentário

Quer por sua liderança, quer por sua mansidão ou ainda por sua intimidade com Deus, Moisés é sempre visto como alguém que, de forma profunda e sincera, relacionou-se com Deus como poucos. Partindo desta premissa, o reverendo Caio Fábio se utiliza da riqueza dos fatos da vida de Moisés e, passando pelos lugares onde as narrações ocorreram, traz mensagens contextualizadas, revigorantes e repletas de ensinamentos válidos para nós com a mesma intensidade que tiveram para o personagem em questão.


Carlos Fernandes

Terras das sombras (Shadowsland)
Direção: Richard Althenborough
Com Anthony Hopkins e Debra Winger
Duração: 130 min./1995 -Inglaterra

Para quem já conhece o escritor e pensador cristão C.S.Lewis (Perelandra, O Grande Abismo etc.), Terra das sombras é a possibilidade de se conhecer um.pouco mais sobre o homem Lewis, na interpretação de um Anthony Hopkins que constrói o personagem com emoção, altivez e britanismo. Jack (como era chamado por seus amigos) tinha admiradores em todo o país. Solteiro, vivia entre livros e discussões filosóficas, até que a chegada de Joy (Debra Winger) começa a mexer com a solidez e as atitudes metódicas de sua vida.


Carlos Fernandes

Segunda chance (Second glance)
Direção: Rich Christiano
Com David White e Lance Zitron
Duração: 60 min./1994 - EUA

Muitas vezes, diante da vida, desejamos não ter que viver baseados em princípios aparentemente caducos. O conflito de Dan Burgess (David White) passa por aí. Nascido em lar cristão, cresceu ouvindo valores bíblicos que tentava reproduzir. Mas os apelos eram muito maiores: as garotas, a turma da pesada, enfim, fatos corriqueiros na vida de qualquer jovem. Numa noite, cansado daquele papel de crente, deseja nunca ter sido um cristão. Para sua surpresa, a oração é respondida - e aí sim, começa o seu verdadeiro aprendizado.


A religião do mundo

Por Ciro Fernandes D'Araújo

O que vemos no século 20 é um mundo dominado por uma nova e poderosa religião. São construções que se levantam até o céu, superando em muito os templos, santuários, igrejas e mesquitas antigas. Dentro destas novas. catedrais predomina um espírito sério, ascético, e uma atmosfera contrita. Os padrões arquitetônicos apregoam uma nova confissão de fé. Também dentro desses santuários vemos miríades de pessoas sentadas diante de telas, observando a formação de imagens e desenhos que inspiram uma reação tecno-mágica. Estas pessoas interagem com uma realidade metafísica simplesmente pressionando botões, numa liturgia que faz lembrar a ordem e o silêncio dos mosteiros.

Podemos encontrar esses templos nos mais diversos lugares do mundo: Nova Iorque, Tóquio, São Paulo, Londres, Moscou. Cairo. Em qualquer país encontramos tais estruturas que definem a mais universal de todas as religiões. É possível perceber também a grande semelhança na arquitetura, nas vestimentas rituais dos sacerdotes e, especialmente, na mesma confissão de fé proclamada por todos: "Por si só, o dinheiro move o mundo" (Publilius Syrus, séc. I a.C.). O dinheiro assumiu em nossa sociedade muitas das características antes reservadas às religiões. Ele congrega as mais diversas partes do mundo numa mesma fé e sistema de julgamento mútuo. Ele exige grande fé e um conjunto de sacerdotes que executem rituais e sacramentos incompreensíveis aos meros leigos. Seus missionários (banqueiros e corretores) levam a fé aos lugares mais remotos do planeta, procurando pregar a todas as nações a mensagem em que crêem: a fé no crédito, nas taxas de juros, e no sagradíssimo demonstrativo de resultados. Os avaliadores de crédito e gerentes de bancos são os guardiões de segredos e de confissões indevassáveis.

Até mesmo aos termos consagrados milenarmente pelas religiões se emprestou novos significados. Redenção passou a significar resgate futuro de um título emitido. Credo tomou o significado de crédito. Perdão releva dívida que se tornou um grande pecado. Milagre se tornou um crescimento econômico brusco e inesperado. Essa religião tem uma credibilidade que o cristianismo, o budismo ou o islamismo nunca tiveram. Ela se baseia totalmente no raciocínio. Todos os seus rituais são explicados por um sistema de fé baseado apenas na razão humana. Sua teologia leva um novo nome: Economia.

"O dinheiro assumiu em nossa sociedade muitas das características antes reservadas às religiões"

Banqueiros e economistas assumem o papel dos pregadores, que em suas mensagens pintam o dinheiro como aquele que resolve todos os problemas e o instrumento central do bom, belo e certo. Cada vez mais, o credo religioso tem-se unificado, afirmando sua vitória sobre as heresias regionalistas. Vemos também a chegada de uma nova dispensação que trouxe o fim da Grande Inquisição dos tempos modernos, com sua suprema blasfêmia pronunciada contra a natureza divina do dinheiro: a heresia marxista. O poder e o mistério desta nova religião aumentaram com a universalização e a integração dos mercados de capital mundiais. Houve a crescente separação entre o dinheiro e o comércio de bens e criou-se uma geração de mestres gurus, entendidos na nova liturgia das finanças, enquanto se levantam profetas do apocalipse que afirmam terem visões das calamidades finais.

Desde suas origens, o dinheiro sempre esteve associado à religião. As primeiras moedas têm sua raiz no templo. A própria palavra moneta era o epíteto da deusa Juno (Hera), em cujos templos os romanos cunhavam suas moedas. As unidades monetárias mais simples eram o sal, as conchas, as pedras ou os dentes de animais, a que se atribuíam poderes especiais e metafísicos.

A invenção do dinheiro como meio de troca permitiu a grande expansão da produção mundial, através da divisão social do trabalho e da produção. Entretanto, o dinheiro adquiriu um novo atributo, que seus sacerdotes chamam "armazenamento de valor". Com tal salto divino, ele se tornou objeto de uma veneração ainda maior, pois se tornou sacramento do poder. O ouro, utilizado em templos desde os mais remotos tempos, se tornou o supremo receptáculo de riqueza e a mais sagrada relíquia desta nova religião. Quem possui tal graça está salvo da perdição deste tempo.

À medida que o poder do dinheiro cresceu, a maioria dos ensinamentos religiosos passou a advertir quanto ao poder corruptor que este ente espiritual possui. O verdadeiro Deus detesta idolatria e, com relação ao deus-dinheiro, ninguém foi mais explícito na denúncia de seu poder espiritual do que Jesus. Ao dizer que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no céu, Jesus afirmava a força perniciosa que o culto ao dinheiro provoca. Todavia, a própria igreja caiu na idolatria deste novo deus e mergulhou fundo em seu sistema, adquirindo propriedades e riqueza, tornando-se a instituição mais rica e, portanto, a mais corrupta do mundo medieval. O poder do dinheiro para corromper, controlar e dominar a vida dos homens tornou-se um tema repetido no discurso de místicos, poetas e dramaturgos. Shakespeare já dizia: "Este escravo amarelo/Formará e destruirá religiões, bendirá amaldiçoados/Tornará a velha lepra adorada, coroará ladrões/E lhes dará títulos, mesuras e atenções/Com senadores sentados no anfiteatro". Outro grande dramaturgo, Dickens, escreveu: "Essa misteriosa moeda de papel (...)/(...) quando o vento sopra (...)/(...) De onde veio, para onde vai ?"

Lá pelo século 19, o advento da revolução industrial quebrou as barreiras impostas pela religião e pela moral. O poeta Heine chegou a dizer: "O dinheiro é o deus da nossa era e Rothschild é seu profeta". A felicidade dada pelo dinheiro, mediante a aquisição e propriedade das coisas, é mensurável, tendo assim uma vantagem no que tange à felicidade proporcionada por outros sistemas de fé. O mundo, que nunca antes esteve pronto para aceitar universalmente qualquer dos sistemas de fé oferecidos para sua salvação, adotou a religião do dinheiro sem qualquer restrição.

O dinheiro também exige disciplina e moral. Trata-se de um sistema de leis e regras cuja transgressão se tornou pecado. Perder tempo é um dos piores. O verdadeiro pecado, imperdoável, é a falta de crédito. O dinheiro exige abnegação e disciplina, que se tornarim indispensáveis à salvação da pior de todas as maldições: a ineficiência. Foi no Oriente que a religião do dinheiro mais mostrou sua eficiência em produzir o milagre do crescimento econômico. As antigas religiões budistas, xintoístas e até o marxismo foram abandonados em favor de uma fé que realizou um milagre insofismável: o desenvolvimento. Atualmente, Japão, Taiwan e Coréia parecem ser os celeiros missionários da nova religião, à medida que uma multidão de adoradores ergue seus olhos para os gráficos e dados estatísticos projetados nas telas.

Enquanto isso, os Estados Unidos continuam como o centro do pensamento teológico, fornecendo as bases dogmáticas da religião, enquanto seus sacerdotes continuam a fazer exegese dos textos sagrados: os livros santos de Smith, Ricardo, Malthus, Keynes, Schumpeter, Fredman e outros grandes profetas. Como se não bastasse o crescimento universal dessa religião secular, vimos, aturdidos, mais recentemente, a rendição da fé evangélica a esse deus. O surgimento da chamada teologia da prosperidade nada mais é do que o curvar dos joelhos dos cristãos ante a força esmagadora desse deus malévolo. E, como em muitos outros momentos da história, estamos vendo que o pior inimigo de Jesus está se tornando o maior amor dos crentes. Até Jesus já foi relido a partir dessa nova ótica. Agora Ele não entra mais em Jerusalém montado num jumentinho. Se quiserem que Ele entre lá devem mandar buscá-lo de Rolls Royce e com cachê de astro de cinema. E para tudo isto dão-se justificativas superespirituais. Paulo, entretanto, diria: "Anátema! Isto é outro evangelho".

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Ciro Fernandes D'Araujo é estudante de Economia na PUC/Rio e filho mais velho do reverendo Caio Fábio.

Revista Vinde - Edição 3

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