sexta-feira, 1 de dezembro de 1995

Visão Internacional

Quarenta anos em 23 minutos

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VT: Edição limitada.

Muito antes dos produtores da série Jornada nas Estrelas idealizarem a famosa frase - "ir aonde nenhum homem jamais conseguiu" a missão Portas Abertas já usava um lema semelhante e desafiava os obstáculos para levar a Palavra de Deus a países e regiões em que a fé cristã era perseguida. De lá para cá, lá se vão quatro décadas. Para comemorar o 40º aniversário de ministério, a organização produziu um vídeo de edição limitada, no qual é registrada parte da história de suas lutas e vitórias. Durante os 23 minutos de Os Primeiros 40 Anos - Indo aonde a Fé Tem seu Mais Alto Preço, são contadas as dificuldades que os missionários da Portas Abertas enfrentaram desde a fundação da missão, em 1955, para penetrar em países da extinta Cortina de Ferro, na China, em Angola, no Irã e muitos outros lugares do planeta. Mas a perseguição ainda existe, desafiando-nos a permanecer intercedendo por este ministério.


Comunistas, mas nem tanto

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Livro da Vida:
versão condensada
dos Evangelhos

Karl Marx, o pai do comunismo, deve ter se remexido no túmulo. Quem diria que a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas um dia se tornaria um celeiro da Palavra de Deus? Pois é ali mesmo, na Rússia - onde a Bíblia esteve banida durante décadas pelo regime comunista - que já foram impressos nos últimos três anos mais de 24 milhões de exemplares do Livro da Vida - uma versão condensada dos Evangelhos para crianças. Os exemplares são distribuídos gratuitamente em toda a América Latina pela Editora Vida. A coordenadora do Projetoa, Sylvia Walker, diz que a impressão na Rússia é 'mais barata.



A senadora vai ao Oriente

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Benedita representou o Brasil na China

A senadora Benedita da Silva (PT-RJ) participou da 4a Conferência Mundial Sobre a Mulher, realizada pela ONU em Beijin, na China. O evento, realizado em setembro, contou com delegadas de 180 nações e com representantes de 2.500 Organizações (ONGs). Benedita integrou o Grupo Sobre Direitos Humanos na reunião oficial, que analisou pobreza, educação, violência e discriminação racial contra a mulher. Paralelamente à Conferência, foi realizado o Fórum das ONGs, durante o qual a senadora fez um discurso sobre a "feminização da pobreza", destacando que, no Brasil, pobreza é sinônimo de mulher, na medida em que as mulheres ganham, em média, 54% dos salários pagos aos homens e apenas 3% delas recebem mais de 10 salários mínimos. Benedita da Silva não teve oportunidade de participar de reuniões evangélicas na China. Apesar do grande número de cristãos neste país, há muitas restrições à realização de cultos, devido ao regime comunista.

Judeus em revista

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Identidade: informação para a comunidade judaica

Desde outubro, os judeus do Brasil e todos os que se interessam pela cultura judaica po-dem contar com uma revista dedica-da especialmente a ela. Com texto e produção de alta qualidade, Identidade apresenta informações sobre o universo do povo judeu e atualidades de Israel. Editada por Renato Aizenman, do Jornal do Brasil, a revista conta com material da Jerusalem Report, uma das principais publicações israelenses, de prestígio internacional, e colunistas de renome, como Alberto Dines, Moacyr Sdiar e Nilson Bonder.


Malas prontas rumo a Israel

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Mordechai Benari do Ministério de Turismo

A presença de líderes muçulmanos no funeral do primeiro-ministro de Israel, Yithzak Rabin, assassinado por um judeu ultraconservador no início de novembro, é forte indicação de que o processo de negociação da paz no Oriente Médio não deve ser interrompido. Apostando nisso, o Ministério de Turismo de Israel e o Consulado Geral no Brasil, com sede no Rio de Janeiro, promoveram no mesmo mês um seminário para líderes religiosos e agentes de viagem no Hotel Rio Palace. No encontro, foi apresentado um projeto de incentivo ao turismo à Terra Santa, que deve crescer em função dos acordos de paz.


Um corpo firme na rocha

Bailarina dá novos passos rumo ao Criador


Por Tatiana Glass


Chico Ferreira/ Editora Três

O salão era amplo, de paredes brancas com janelas altas, coloniais. Algumas vestiam cortinas de veludo claro, imensas, pomposas. O chão era de tábua corrida, de uma textura lisa, quente, acolhedora. Enquanto nos movíamos, íamos experimentando essas sensações, observando aquele espaço, caindo, levantando, caindo novamente, sendo acolhidos pelo chão, aquecendo o nosso instrumento de trabalho.

O líder propôs ao grupo mover-se, deslizando por aquele imenso salão como se estivessémos patinando sobre o chão. Ao mesmo tempo, procurávamos observar uns os outros, o movimento, nossas roupas, nossos olhares, nossos detalhes, nossos corpos e o espaço — hídico, imenso, como matéria solúvel, onde o corpo podia ser, se expressar, se apoiar, se encher, se esvaziar, se mover.

Observei o líder. Eu, a bailarina. Ele movia sua cadeira de rodas, cabelos longos presos por uma trança, olhos azuis pequenos. E um corpo que, ao mesmo tempo, integrava e transcendia aquela tetraplegia, que eu, atendendo aos meus limites, não conseguia entender. Como poderia ele se mover melhor do que eu? Eu, a bailarina?

Agora, nos propúnhamos a criar pontos de contato corporal uns com os outros, onde pudéssemos ouvir o nosso par, ouvir através da pele, do toque. Abrir a mão do controle para dar lugar ao fluxo, ao movimento de dentro, criar uma dança junto e, com ela, novas possibilidades de contato. Pares de dois, grupos de três, quatro, cinco. Todos os 12 grupos de um. Um com o espaço, um com o chão, um com o outro.

Cada encontro com o outro obrigava a transformar os referenciais, a transformar seu próprio espaço. Quanto mais aberta a pele, melhor flui o movimento, mais bonita fica a dança, o par mais harmônico. Uma dança não convencional, sem preceder de técnica, uma dança de seres humanos, não de bailarinos. De corpos que traduziam claramente a diversidade da criação de Deus.

Na verdade, era o meu primeiro contato com essa dança diferente, que se manifestava na imobilidade daquele líder, e que colocava os meus conceitos, o meu movimento, a minha dança, a minha carreira, a minha pessoa numa nova perspectiva. Eu dançava e, nas minhas dúvidas, me perguntava, e a Deus, se seria capaz de me abrir a tamanhas mudanças. E se era seguro fazê-lo.

Pensei nos meus fundamentos. Naquilo que o meu corpo já sabia. Pensei na rocha. No fundamento. Nos ventos, nas tempestades. Naquilo que vem para mudar, para testar a gente, bagunçar a nossa organização, desarrumar tudo de arrumadinho, colocado. Naquilo que a gente não entende, não consegue saber. Aquilo estranho que parece fora de hora, fora de lugar, que a gente não reconhece como manifestação do amor. Do amor de Deus que vê a gente além e tudo de melhor que a gente pode ser, e que muitas vezes só pode vir à tona quando deixamos que ele quebre as nossas mesmices e nos lance num caminho dinâmico, diferente, criativo, onde a gente se permita conhecer e ser conhecido.

Porque "o que nós vemos agora é como uma imagem embaçada num espelho; então nós veremos face a face. O que sei agora é parcial somente; então será completo — completo como é o conhecimento que Deus tem de mim" (1 Coríntios 13:11, 12).


Tatiana Glass é bailarina e professora de dança.

Novidade


Fotos Divulgação
Jefferson reuniu músicos consagrados
para fazer seu disco

A vitória, com os melhores

Ao gravar seu primeiro disco solo, Vencer ou vencer, pelo selo Warner/Continental, o pastor Jefferson Monteiro, 27 anos, quebrou um tabu no meio evangélico. Depois de enfrentar dificuldades com músicos que professavam a mesma fé, o pastor da Igreja Batista Missionária do Santo Cristo - na região portuária do Rio - partiu em busca de auxílio no chamado meio secular. Para a surpresa do próprio pastor, de conseguiu, então, gravar seu disco com gente que integra a elite da música instrumental brasileira.

No contrabaixo, ninguém menos que Artur Maia. Paulinho Calazans pilotou os teclados. Paulinho Guitarra, cujo apelido denuncia o talento, já tocou com Ed Morta e Marina. E Marcelo Sabóia foi o engenheiro de som. Um time para cristão nenhum botar defeito. O grupo já está combinado para repetir a dose, no ano que vem.


Fotos Divulgação
Michael W. Smith teve o videoclipe
censurado

A fúria dos telepecadores

Apesar das constantes críticas aos evangélicos, acusados de serem preconceituosos em relação ao sexo livre, quem pisou na bola foi a MTV americana. O canal exclusivamente musical censurou arbitrariamente um videodipe do cantor pop cristão Michael W. Smith por mostrar que os métodos divinos de prevenção contra a Aids, contdos na Palavra de Deus, são os únicos infalíveis. Na ocasião, o público telespectador (ou seria telepecador?) considerou a mensagem da música careta. Com o título Não há uma maneira mais segura, o dipe mostra um casal namorando num drive-in. Quando o rapaz vê um anúncio do governo alertando sobre os perigos da doença, mesmo com o uso da famosa camisinha, ele sai batido.


De olho no ano 2000

Jovens de visão participaram do Terceiro Congresso Juventude 2000, promovido pela Didaquê Publicações e Promoções nos dias 2 a 5 de novembro, na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP). Mais de 300 pessoas debateram vários assuntos, como a preparação para a universidade, o desafio missionário, a homosexualidade, juventude evangélica e participação política, problemas de depressão e a música dentro da liturgia das igrejas brasileiras, entre outros. A Didaquê preparou uma programação bem diversificada com seminários opcionais, permitindo que a rapaziada escolhesse os temas que mais lhes interessassem. A galera dividia o tempo entre palestras, atividades esportivas e períodos devocionais com o pastor Israel Belo de Azevedo, terminando sempre com um show gospel animado pela banda Rebanhão.


Fotos Divulgação
Beijo Gelado virou ponto de encontro

Ósculo santo e geladinho

É na base do sorvete e da pizza que a galera de Cristo de São Gonçalo, interior do Rio de Janeiro, se encontra para trocar idéias. A sorveteria e pizzaria Beijo Gelado, que fica no bairro de Mutuá, é o mais concorrido reduto dos jovens cristãos da região. Funcionando há apenas um ano, o point é gerenciado pela Gerusa Garcia e o marido Geraldo, ambos da Igreja Presbiteriana. Atualmente, o local pode atender até 200 pessoas. Aliás, a frequência aumentou tanto que o ponto já passa por reformas de ampliação.

Gerusa explica que o local não é exclusividade de seus irmãos de denominação. "Vem gente de várias igrejas", diz. Ela lembra também que tudo começou com uma simples lojinha de sorvete, ao lado de onde agora funciona o Beijo Gelado, construído no local onde havia um terreno baldio que acumulava lixo e insetos. Hoje, é um lugar descontraído, divertido e saudável.


Bispo Renato Suhett

"Macedo perdeu o controle da Universal" O bispo do amor revela por que deixou a Igreja do Reino de Deus

Por Jorge Antonio Barros

Apesar de ter sido líder da Igreja Universal por três anos e vivido sob o mesmo teto que o líder máximo, bispo Edir Macedo, o bispo e cantor gospel Renato Suhett, 34 anos, garante desconhecer qualquer irregularidade administrativa ou financeira na denominação evangélica que, hoje, mais provoca escândalos, no país. Justamente por seu estilo light, dedicado apenas ao povo de Deus, sem falar em política ou constranger ninguém a fazer doações à igreja, Suhett acredita que foi discriminado por seus próprios pares a ponto de ser enviado pelo bispo Macedo como missionário da Universal nos Estados Unidos.

Ali, acompanhado da mulher, a produtora de modas Lúcia, Suhett viveu por dois anos uma espécie de exílio involuntário. Durante esse tempo era impedido de vir ao Brasil até mesmo para ver a família. Quando a igreja que ele findava começava a crescer, ouvia do bispo Macedo o seguinte conselho: 'É hora de mudar de templo para você não ficar orgulhoso' o que Deus falava a Macedo, porém, não era a mesma palavra que ouvia Suhett, triste por ter deixado de gravar suas músicas.

Movido por "divergências doutrinárias", Suba: decidiu há três meses desobedecer o antigo líder e amigo. Voltou ao Brasil com a mulher e praticamente a roupa do corpo. "Não tenho nem uma bicicleta'; garante. Agora só quer voltar a gravar (lança seu disco este mês) e implantar a Igreja do Senhor Jesus Cristo, o nome mais simples que poderia dar à denominação que poderá causar um dos maiores rachas já sofridos pela Universal. Ao final de seu programa Tarde Amiga, transmitido diariamente pela rádio Brasil AM, Suhett deu a seguinte entrevista à VINDE:

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O bispo Renato Suhett morou três anos com o bispo Macedo, em São Paulo.

Qual a maior crise que a Igreja Evangélica atravessa hoje no Brasil?

A questão doutrinária. Nós temos um fundamento, que é o Senhor Jesus. A doutrina é o terreno. É óbvio que precisa haver o terreno sobre o fundamento. Tem que ter os dois, mas o fundamento é o mais importante. Por causa das doutrinas estão colocando separações. As igrejas estão se separando não somente entre si, mas estão se separando dos ímpios. E aí, onde está o amor? Os ímpios são colocados para serem salvos. Se você se nega a estar com eles, quem é que vai 'pregar para eles'? Pedro não queria comer com os ímpios na frente de Tiago, e Paulo o repreendeu cara a cara. Nós estamos na mesma maré.

E qual é a pior crise da Igreja Universal?

A inércia. Os bispos que comandam igreja têm uma certa liberdade de agir, alguns seguem por uma vertente mais acirrada, aguerrida, que atingiu seu ápice com o bispo Sérgio Von Helde, cuja maneira de pregar é agressiva. O episódio da santa foi a "confirmação da mentalidade de que Deus está no meio deles e fora dali não conta com mais ninguém. Nem todos os pastores pensar assim. O povo não pensa assim. Há uni divisão.

O episódio da santa caracterizou uma perda de controle do bispo Macedo?

Sim. Penso que o Von Helde não avisou ao bispo com antecedência sobre o que pretendia fazer.

Apesar dessa crise, a Universal é a Igreja Pentecostal que mais cresce no Brasil. Como o senhor explica essa contradição: uma igreja em crise e em crescimento?

O crescimento da Igreja Universal é questionável. Na liderança se dizia que a igreja tem uma porta aberta na frente e outra atrás, bem maior. Ela traz as pessoas pelos meios de comunicação, mas muita gente também sai para outras igrejas. A Universal tem funcionado como um pronto-socorro, que dá injeção para o doente, cura e alivia no momento. Mas tratamento de recuperação tem que ser feito pela Palavra e isso falta na igreja. Falta doutrina de amor, do Evangelho.

Qual a consequência mais negativa do chute na imagem da santa para os evangélicos?

A gente tenta abrir uma igreja nova e encontra barreira, porque os donos de cinemas e teatros não querem alugá-los para nenhum evangélico. Eles nos vêem como incitadores à agressividade. Estou tentando abrir uma igreja desde o início de outubro. O pastor Manuel Ferreira, da Assembléia de Deus de Madureira, teve dificuldades terríveis para alugar o Maracanã [para a cruzada do pastor Jimmy Swaggart], mesmo depois que já estava tudo certo. O Juizado de Menores quis impedir o culto. Levaram três dias em luta para liberar o que já estava liberado. Com isso, a Igreja Católica cresceu, o gigante adormecido despertou e se beneficiou. O tiro saiu pela culatra.

Em que outra ocasião o tiro saiu pela culatra?

Sempre que a igreja foi para a rua ou para a imprensa pedir justiça. Toda vez que tentou defender o bispo Macedo, ou qualquer pastor, ou qualquer doutrina, ou falou contra o Espiritismo. Tudo isso era antipático. A justiça pertence a Deus. Quando o homem quer fazer justiça, faz fumaça. Mas a fumaça vai para o vento e o tiro, para trás.

Como os evangélicos se posicionam sobre o episódio da santa?

Em sua maioria, são contra aquela atitude. Acham que foi um ato impensado. Porém, a IURD procurou manifestar na televisão que os evangélicos estariam divididos, uns a favor, outros contra. Qualquer pessoa de bom senso é contra.

"O bispo Edir Macedo pode pensar em ter um presidente da República da igreja dele. Mas ele se candidatar, de jeito nenhum"

A Igreja Católica, por outro lado, disse que não sabe se vai perdoar. A atitude cristã não deveria ser o de perdoar o bispo Von Helde?

A Igreja Católica também se faz de vítima. A IURD pega o episódio e se diz perseguida, mas ela afrontou. A Igreja Católica se diz ofendida, quer tirar partido. É partidária, cínica, falsa. Não precisa levar chute para se revelar.

Na prática, em que esse episódio afetou a Universal?

Houve queda do número de membros da Universal. Eles podem ter voltado para a Igreja Católica ou, decepcionados, podem não querer mais estar em igreja nenhuma. Dou graças a Deus por ter saído antes deste episódio, porque, se eu saísse agora seria chamado de covarde.

Como foi a sua saída?

Depois de pensar e orar eu falei com o bispo Macedo pelo telefone. Eu lhe disse que havia uma divergência doutrinária no meu coração, que a igreja estava se tornando muito agressiva, partindo para um lado muito legalista. O povo não estava feliz e eu tampouco. Expliquei que sairia bem, sem nenhuma crise pessoal. Reiterei que os direitos autorais sobre meus discos eram da igreja. Os quatro LPs, mais dois discos em espanhol. Alguns outros pastores saíram da igreja pedindo indenização, dinheiro, até chantageando. Fiz a minha obrigação de servir a Deus.

Como ele reagiu?

Ele disse que eu estava errado por pensar que havia uma predisposição da liderança contra mim. Eu comentei: "Olha, bispo, eu tenho sido muito pressionado. Isso não parte do senhor, não?" Ele foi bastante tratável, queria conversar, mas era uma decisão do meu coração com Deus.

Quando o senhor começou a pensar em sair da Igreja Universal?

Há um ano eu comecei a sentir que as nossas diferenças eram muito grandes, mas eu tentei contornar, achando que eu é que estava errado. As diferenças foram aumentando.

Houve uma gota d'água paro o senhor tomar essa decisão?

Não. Foi uma coisa progressiva. Fui vendo a escassez do amor, que começa na relação entre pastor e membros, depois entre os próprios membros e cada um dos obreiros. pastores e bispos, entre eles mesmos. Quando a gente vê que é uma voz seca, tem que tomar uma atitude: ou fica como voz no deserto, ou sai. Eu estava sendo objeto de chacota, de gozação, porque era "bispo do amor". Não sei por que colocaram essa oposição.

O senhor acha que houve uma conspiração dos outros bispos contra o senhor?

Não. Isso traz a ideia de que eles sentaram para conversar a respeito. Eu fui bispo do Brasil e esse ergo exerce um tremendo poder sobre o trabalho da igreja. Eu fiquei no lugar do bispo Macedo, durante quase três anos. Houve um desejo de mostrar ao bispo que aquele meu trabalho baseado no amor, na graça de Deus, na Palavra não surtia efeito. Não houve uma conspiração, mas uma predisposição.

Há uma estratégia da Universal para a ocupação de cargos políticos?

Existe uma estratégia política de colocar candidatos da igreja para defendê-la, ajudá-la a crescer sem nenhuma barreira.

Só para a Igreja Universal, ou para os evangélicos como um todo?

Para a Universal. Esporadicamente, um ou outro pode ter essa abertura, como o Aldir Cabral, secretário de Trabalho e Ação Social do Estado do Rio de Janeiro, um homem que fala pelas outras denominações por decisão dele. Mas a igreja elege candidatos para trabalhar para ela, não está pensando em ninguém.

O bispo Macedo já pensou em se candidatar a um cargo político?

Se pensasse a esposa dele seria a primeira a se opor. Ele pode pensar em ter um presidente da República da igreja dele. Mas ele se candidatar, de jeito nenhum.

Existem candidatos que se aproveitam dos votos da Universal?

Os candidatos são escolhidos dentro da igreja. Não há como um candidato vir de fora para se aproveitar.

O senhor conviveu muito tempo com o bispo Macedo, morou na mesma casa que ele. Durante esse período em que a Igreja Universal cresceu, ganhou dimensões internacionais, o poder subiu à cabeça dele?

Era isso que ele colocava, referindo-se a mim. A Igreja Universal no Brasil cresceu e alcançou dinamismo durante o meu bispado. Eu falo isso sem medo, sem risco de estar exagerando, errando ou me auto-elogiando. É fato, nós abríamos cerca de dez igrejas por semana em São Paulo, fazendo discípulos. Brasília começou a crescer, Minas e Curitiba cresceram razoavelmente. Na medida em que ele falou que poderia subir à minha cabeça, sendo eu bispo do Brasil e ele bispo mundial, acredito que o poder possa ter subido à cabeça dele sim. Existe uma megalomania na IURD, que o bispo Macedo tem também, de achar que a igreja é maior do que o é de fato. Na última campanha política lançou um candidato ao senado. Se ela tivesse esse suposto número de membros, teria eleito o senador.

"O crescimento da Igreja Universal é questionável. Na liderança se dizia que a igreja tem uma porta aberta na frente e outra atrás, bem maior"
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A Igreja Universal parece sofrer de uma certa paranoia de perseguição. Ela sofre perseguição?

Nunca vi a igreja como a "pobrezinha perseguida". As vezes sofre perseguições como consequência do que ela mesma aprontou. Se você mexe com casa de abelha, a abelha vai persegui-lo. Se você reclama por estar sendo perseguido, causa comoção popular, mas não corresponde à realidade.

Com que intenção a Igreja Universal comprou a Rede Record?

Até hoje eu não sei. A Record serviu como ponto de discórdia dentro e fora da igreja. Quando o bispo comprou a Record eu ainda era pastor no Rio de Janeiro. Não participei das transações. Mas pensei que a Record havia sido comprada para pregar o Evangelho, para ser uma TV cristã. Hoje ela é uma nau perdida no oceano da TV brasileira, porque quando você a quer evangélica, você a tem mais secular; quando a quer secular, ela parece evangélica. É uma TV sem identidade.

Na época, os jornais denunciaram que ela fora adquirida com dinheiro do exterior. O senhor viu alguma coisa sobre isso?

Vi nos jornais, mas por dentro, não. Como ela poderia receber ajuda do exterior?

O dinheiro teria sido mandado antes para o exterior, e retornado para a compra da emissora?

Eu não poderia dizer nem sim nem não. A igreja não tem nenhuma fonte de renda no exterior. Veja bem, quando não respondo a essas perguntas, é porque eu não sei mesmo. Posso parecer cínico, mas não é não. Quando eu morava com o bispo, eu coloquei bem claro que não queria me envolver com problemas econômicos. Então foi feita uma divisão: outra pessoa se encarregaria das finanças da igreja e eu me ficaria com a parte espiritual.

Quem se encarregava da outra parte?

O deputado federal Ademir Laprovita Vieira, um homem de confiança, um ancião da igreja.

Ele sabe tudo sobre a Igreja Universal?

Ele é um deputado da Universal, é o presidente de honra e de fato. Cuidava da parte econômica. Eu ficava na parte espiritual, me esquivava quando tinha reuniões administrativas, coisa de advogados. Sou arredio, não entendo e faço questão de não entender. Talvez seja um erro meu. Segundo a Associação Evangélica Brasileira, os métodos de arrecadação da IURD são agressivos e levam muita gente ao constrangimento. Como o senhor vê isso?

Se eu digo que a igreja está dentro de uma vertente agressiva e hiperlegalista, isso pressupõe que vai se pedir oferta com esse espírito, que caracteriza a maneira de pregar, de tratar os membros, os obreiros, de falar na rádio, de agir na televisão. Obviamente, a maneira agressiva de pedir oferta faz aumentar o poder econômico da igreja.

O dinheiro é bem aplicado na pregação do Evangelho?

A Record e muitas rádios foram compradas. Penso que o dinheiro era aplicado nisso. Nunca vi riqueza de pastores, bispos, sujeitos comprando carros, ou propriedades. O dinheiro é aplicado dentro da igreja, se bem ou mal, não sei.

Que o senhor saiba, então, ninguém usava o dinheiro em benefício próprio?

Eu nunca vi. O pastor da IURD não tem nada. Uma vez fui à rádio El-Shaddai dar uma entrevista. Eles pensavam que eu era milionário porque era bispo da IURD. E Deus sabe que eu saí sem um tostão. Eu não tenho uma bicicleta.

Mas durante um certo tempo o bispo Macedo era apresentado pela imprensa como dono de automóveis importados...

Ele tinha um Mercedes em nome dele. Pegaram esse carro. Na confusão entrou o carro e tudo. Os carros que usávamos eram de propriedade da igreja, penso que os dos bispos também, mas não posso afirmar.

No período em que o senhor conviveu com ele, como era a vida dele, seus atos?

Normais, de uma pessoa simples. Nós tocávamos violão, fizemos duas músicas juntos.

Não havia nenhum luxo pessoal?

Não mesmo. Ah. uma coisa que ele gosta é de carro importado. Ele usava esses carros e permitia que nós os usássemos também. Mas nunca o vi preso a nada de luxo.

"Nunca vi riqueza de pastores ou bispos. Os direitos autorais dos discos são doados à !URD. O dinheiro é aplicado dentro da igreja. O pastor não tem nada"
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Como Macedo reagia às acusações feitas pela imprensa e pela sociedade?

Ficava triste ou nervoso, principalmente pelo modo como as coisas chegavam até ele. O bispo não compra jornal, nem ouve rádio ou vê televisão. Geralmente as notícias chegam a ele através de informantes, que quase nunca dizem a coisa como ela é. Há pessoas que ficam se solidarizando com ele para tirar proveito. O pessoal falava: "Olha, nós estamos contigo". Vinha um advogado e falava: "Eles se levantaram, mas eu já fiz algo contra eles". E o bispo acreditava.

O bispo Macedo é um homem que anda só?

Ele anda com a esposa ou com a filha. Gosta de estar sempre junto de um ou dois pastores. É uma pessoa normal. Não andava com guarda-costas, mas parece que agora tem.

Quando o bispo Von Helde foi indiciado, houve um tumulto causado por homens armados que o acompanhavam. A Universal tem seguranças armados?

No meu tempo não tinha segurança armado. Perto da igreja do Brás, em São Paulo, ocorreram vários roubos de carros. Foi pedida proteção à polícia, que dava uma olhada. Mas segurança pessoal, nunca. A coisa não chegou a este nível. Agora, aumentou o perigo ou a paranoia.

Por que o bispo Macedo controla e comanda a igreja de fora do Brasil?

No meu tempo, eu era bispo do Brasil justamente para ele não ter esse trabalho. Ele estava com a visão de comandar a igreja universalmente, de abrir trabalhos no exterior. Ele mora em Nova Iorque, mas mantém o pessoal controlado, faz mudanças. Quando eu não servia mais dentro daquela estratégia. fui tirado.

Qual foi a emoção de retornar ao Brasil e se desligar da igreja na qual tinha criado raízes?

Não deu tempo de sentir essa emoção ainda. Eu me sinto feliz, não por ter me desligado da igreja, mas por estar fazendo algo que Deus a cada dia confirma no meu coração.

Se o senhor tivesse hoje a oportunidade de encontrar-se com o bispo Macedo, o que diria a ele?

O que eu já falei: que ele deveria trazer de volta, dentro dele, aquele homem que saiu da Igreja Nova Vida. As raízes dele são muito boas. Quando ele prega a inspiração do amor, a palavra de Jesus, é muito bacana. Eu tenho respeito por ele, sempre foi meu amigo, mas, a gente ouve comentários, fica sabendo que as pessoas não podem mais se aproximar da gente. Outros, que eram amigos, deixaram de ligar. Virei persona non grata. Saí da IURD para pregar o que eu sempre preguei, o amor. a palavra e a graça de Deus.

O senhor está querendo dizer que a IURD se desviou da graça de Deus?

Ela se desviou da graça.


Extraído Entrevista com Renato Suhett. Revista Vinde, Rio de Janeiro, ano 1995, a. 1, ed. 2, p. 6-10, dez. 1995.

A fé na mira dos fuzis

Por Omar de Souza

Aqueles que pensavam que a queda do Muro de Berlim e o esfacelamento do bloco comunista decretariam o fim das perseguições religiosas, demonstraram uma ingenuidade que não encontra justificativa sequer no Livro de Deus. Mesmo o mais positivo dos cristãos sabe que inquisições, torturas, resistências e afins são realidades que comporão o cenário da proclamação do Evangelho na Terra até a volta daquele que nos alertou sobre elas. Mais que isso: aprendeu com a História a astúcia da estratégia do inimigo e reconhece que, tanto quanto nos tempos da Cortina de Ferro, é tempo de mobilização espiritual, de intercessão por nações, regimes e povos que tentam calar a verdade que põe a nu suas mazelas. Eles ainda existem, e não são poucos.

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Jorge A. Barros, editor-chefe da revista VINDE, foi ao Peru e Colômbia para fazer reportagens sobre a perseguição à igreja naqueles países

Logo ali, no canto superior esquerdo da América do Sul, mais precisamente na Colômbia, os crentes estão sofrendo com a crueldade desta constatação. Enviamos até lá o editor-chefe de VINDE, Jorge Antonio Barros, que conheceu in loco o drama dos cristãos perseguidos na região de Urabá, onde cerca de 150 evangélicos, entre líderes, pastores e membros de congregações já foram assassinados por guerrilheiros de esquerda e grupos paramilitares de direita incomodados com o discurso pacificador. Com a ajuda da missão Portas Abertas que - está completando 40 anos - Jorge descobriu ex-guerrilheiros convertidos e registrou testemunhos de irmãos colombianos que viram a face da morte e o punho da intolerância de perto. Com uma mochila, uma câmara fotográfica e dois prêmios Esso de jornalismo nas costas, Jorge passou 20 horas em 13 vôos, durante uma semana, percorrendo Medellin, Bogotá e Turbo, na Colômbia; além de Lima e Acayucho, no Peru. Na bagagem, trouxe a reportagem exclusiva e já tem pronta para a próxima edição uma matéria sobre o mártir da igreja peruana, Romulo Sauñe, assassinado pelo Sendero Luminoso em 92.

Intolerância, aliás, parece ter-se tornado o mote deste fim de milênio. As atitudes de um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e suas consequências deixaram claro que nem o "país maravilhoso, sem vulcão nem terremoto", como costuma se gabar o povo brasileiro, está livre do furacão da guerra santa. Esta é outra lição que se repete à exaustão: quase todos os conflitos que começaram em nome da religião logo foram absorvidos pelos interesses políticos e muitos terminaram em tragédias. A genuína luta que devemos travar não está na dimensão da carne e do sangue, mas no âmbito espiritual. Por ignorar esta cristalina verdade bíblica, alguns dos que ostentam um discurso evangélico passaram a municiar o inimigo. É possível que um em cada dois crentes já tenha quebrado estátuas, rasgado figuras ou tocado fogo em quadros de santos ou orixás ao reconhecer que só o Senhor é digno de adoração. É um direito, assegurado pela Constituição, fazermos o que quisermos com o que nos pertence. O próprio bispo Sérgio Von Helde, pivô da polêmica que ocupou várias páginas e muitos minutos dos noticiários, poderia fazer a estátua de Maria Aparecida em pedacinhos. Mas nunca diante de uma câmera de televisão, num ato ostensivo que só serviu para criar dois tipos de manchete, ambos incondizentes com a verdade: os membros da Universal (e, por tabela, os evangélicos em geral) não respeitam os outros credos e a "maioria católica brasileira" foi uma vítima de ofensa religiosa. Como se não fosse ofensiva a instituição de um feriado em homenagem a um objeto de adoração exclusivo de uma religião.

Falando em religiosidade, é interessante perceber as formas pelas quais ela se manifesta. Quem assiste à apresentação de um cantor como o reverendo Al Green, uma das estrelas do Free Jazz Festival em sua versão 95, logo percebe os altos teores - sem qualquer referência ao tabaco que patrocina o evento, acreditem - da fé que ele abraçou. A mesma fé que transformou vidas como a de Anthony Garotinho, político fluminense que colocou Jesus no palanque de sua vida; que leva a bailarina Tatiana Glass a enxergar o esplendor e o poder do Criador nos gestos e movimentos mais simples; que impulsiona pessoas a dedicar tempo, dinheiro, suor e, se preciso, sangue para manter acesa a chama da esperança em Acari. Por isso, parabéns à Fábrica pelo seu primeiro aniversário e aos leitores pelo segundo número da revista VINDE. Um feliz natal a todos e até janeiro.

Top

Extraído Epístola da Redação. Revista Vinde, Rio de Janeiro, ano 1995, a. 1, ed. 2, p. 3, dez. 1995.

Vídeos e Filmes

Por Alda D'Araújo

Carlos Fernandes

O Quarto Sábio (The fourth wiseman)
Produção norte-americana
Duração: 74 minutos

O pano de fundo é o relato bíblico da jornada dos três sábios que, acompanhando a estrela que os conduz ao local da natividade, encontram a sagrada família. O filme introduz um quarto sábio. Este homem - insatisfeito existencialmente, embora riquíssimo - quer se juntar aos viajantes na santa jornada. De posse de três maravilhosos presentes, abre mão de tudo à procura do Messias, a fim de lhe prestar honras e servi-lo. No entanto, tudo dá errado. Empecilhos fazem-no chegar atrasado e a angústia de não conseguir seu intento confere à narrativa um prazeroso clima de suspense. Com pitadas de humor e exemplos de solidariedade que chocam e confrontam, o roteiro é maravilhosamente adaptado à realidade espiritual de alguém que busca a Deus. Excelente opção para esta época de celebrações natalinas. Pode ser encontrado em locadoras de vídeo.


Carlos Fernandes

A Revolução do Menino
Central de Produções Vinde
Duração: 60 minutos

Para quem sonha viver um Natal mais próximo dos fatos bíblicos, a Vinde (Visão Nacional de Evangelização) produziu um vídeo apresentado pelo reverendo Caio Fábio D'Araújo Filho contando a história do Natal em sua própria geografia bíblica. Este vídeo foi gravado com o apoio do Ministério de Turismo de Israel, em 1993. Nele são registradas as histórias da anunciação, do encontro entre Maria e sua prima Isabel, da visita dos anjos aos pastores, do nascimento, da chacina dos inocentes, dos primeiros anos do menino Jesus etc. O roteiro de A Revolução do Menino prende o público e chama à devoção, além de ter a capacidade de transportar o espectador à celebração do primeiro Natal, há 2 mil anos, na pequena vila em Belém. Pode ser encontrado nas locadoras evangélicas, livrarias Vinde ou diretamente na Central de Produções Vinde.


Carlos Fernandes

O Inferno em Chamas (Hades)
Produção mexicana
Duração: 90 minutos

É difícil imaginar uma igreja evangélica que nunca tenha dedicado uma noite de sábado ou domingo para exibir o filme O Inferno em Chamas. O que pouca gente já viu é a nova versão deste autêntico clássico. Escrita e dirigida por Paco del Toro, a refilmagem da história possui basicamente o mesmo argumento da original. As diferenças estão nos personagens e na ambientação. O Inferno em Chamas conta a história de uma moça e um rapaz que sofrem um grave acidente. Enquanto ela, crente fiel, vai para a glória celestial, o amigo fica entre a vida e a morte. Ele tem a alma levada às portas do inferno, onde encontra pessoas que ele roubou, maltratou, violentou e desprezou. É a hora do acerto de contas. Uma viagem sem retorno para o inferno em chamas. Embora ficcional, o vídeo serve como um instrumento de evangelização.


Carlos Fernandes

Uma Jornada por Provérbios (Hoomania)
Produção norte-americana
Duração: 34 minutos

Uma ótima opção para o público infanto-juvenil é Hoomania - Uma Jornada por Provérbios. Hoomania é um jogo muito comum nos Estados Unidos. Trata-se da história de um adolescente, Kris, que foge de casa por haver quebrado os vidros da janela. Ao encontrar o inventor Sam Weatherfield, Kris recebe um estranho e colorido jogo. Para sua surpresa, ao colocar o dedo no jogo, ele é imediatamente absorvido pelo tabuleiro onde os personagens - alegres e travessos - o ajudam ou tentam impedi-lo em sua corrida ao Monte da Sabedoria. Premiado como melhor filme infantil em 1986 pela Academia Cristã de Artes Cinematográficas, a obra é baseada no livro de Provérbios. Ideal para o ensino de crianças e famílias.


VM Show


Uma banda da Idade da Rocha

Visão Mundial traz ao Brasil o grupo Petra, que faz sucesso há mais de 20 anos

Por Benilton Maia

Fotos Divulgação
O grupo Petra se apresenta este mês, pela primeira vez no Brasil: no Rio (dia 9), São Paulo (dia 10) e Belo Horizonte (dia 8)

A Visão Mundial, missão internacional voltada para a assistência ao menor abandonado, estará patrocinando o sonho de muito marmanjo: um show da maior banda cristã de rock do planeta - Petra. E não é nenhum exagero falar assim desse grupo nascido há mais de 20 anos nos Estados Unidos, com alguns outros que foram desaparecendo com o tempo. De sua geração, o Petra é o único que conseguiu expressão significativa e excepcionalmente duradoura. Prova disso é que o Petra continua liderando as vendagens de discos do gênero, bem como as paradas das FMs. Isso sem falar nas indicações e prêmios que o grupo recebe todos os anos em vários tipos de premiações.

Segundo pesquisas, esta banda é a preferida de seis entre 10 adolescentes cristãos americanos. Ela também é a banda americana de maior expressão na América Latina e Europa. O Petra mescla rock progressivo e hard rock, procurando sempre extrair o máximo do peso e melodia desses dois gêneros. Há muito tempo que o Petra vem despertando interesse na comunidade cristã da América latina e, principalmente, do Brasil. Em 1990, eles estiveram aqui perto, em Lima. no Peru, onde foi gravado parte do vídeoclip da música Armed and Dangerous. Pela segunda vez o grupo vem à América Latina e desta vez inclui o Brasil em sua agenda.

Até o momento podemos com segurança informar que os shows estarão acontecendo em Belo Horizonte (8), no Rio (9) e em São Paulo (10 de dezembro). A Visão Mundial, responsável pela vinda do grupo, estará cuidando da produção do show em Minas Gerais. No Rio, a Vinde é quem fará a produção e a Bom Pastor é quem vai cuidar da apresentação do Petra em Sampa. Bandas brasileiras de white metal (heavy metal cristão) como Fruto Sagrado, Oficina G3 e Catedral estarão abrindo os shows. Maiores informações você poderá conseguir através do VM Show, no programa Pare e Pense, exibido na Rede Manchete de Televisão.

Mudanças

Num mercado em constante crescimento, seja no surgimento de novos grupos ou seja na renovação do padrão de qualidade artístico que o mercado cristão de música está sempre buscando, o Petra se atualiza, se firma e se reafirma como um dinossauro imbatível da música contemporânea. O Petra possui mais de 20 álbuns no mercado, dois deles em espanhol. Até 1988 eles estiveram com a Star Song (que já foi um selo da Word Inc. para rock). Depois, passaram a gravar pela Day Spring Records, também divisão da Word, por ocasião da emancipação da Star Song, que hoje é um forte grupo de comunicação que grava e distribui títulos de grande sucesso. Por uma estratégia de marketing, eles foram transferidos para o selo Word, da própria Word Inc., e tiveram seus recentes trabalhos distribuídos pela Epic Records, que é uma divisão da Sony Music americana. Houve também mudanças no próprio grupo que estava junto desde 1988. Após o lançamento do álbum Back to the Street. Calma, pessoal. O carismático vocalista John Schilitt ainda está no Petra. Devemos lamentar mesmo é a ausência de Bob Hartman, responsável por 80% das composições da banda. Esperamos que mesmo sem acompanhar mais a banda em tumês, o velho e genial Hartman continue a compor para o Petra.



NACIONAL

Fotos Divulgação
Elvis, Sandro e Jonas estão no grupo desde o início, há dez anos

Herança - Produção Independente

Em Niterói. Estado do Rio de Janeiro, existe um grupo que em dez anos de existência tem procurado dividir o que seu próprio nome anuncia: Herança - Recebida de Deus através de Jesus. Seu Filho. É claro que ao longo desse tempo aconteceram várias mudanças. Hoje a banda é formada por Jonas (voz e guitarra), João César (baixo) e pelos irmãos Elvis (vocal e violão) e Sandro Ramos (bateria). As composições são assinadas em sua maioria por Jonas Lemos e Elvis Ramos.

Jonas, 29 anos, líder do Herança, é seminarista, empresário, publicitário e músico (claro). Tem formação erudita em 'violão. estudou com grandes feras como o austríaco Yan Guest e Idres Boudreau. Além de tudo. Jonas ainda separa tempo para ministrar aulas num conservatório de música. Tanto investimento para uma formação musical consciente não tem sido em vão. Finalmente, após o lançamento do primeiro álbum do Grupo Esquinas, uma produção independente de 1993, rendeu o reconhecimento do público cristão e da imprensa. Nesta primeira e difícil empreitada - um trabalho independente - o Herança conseguiu emplacar nas paradas das FMs do Rio de Janeiro. Agora eles se preparam para o lançamento de um novo álbum que ainda não tem título definido.


INTERNACIONAL

Fotos Divulgação

Natal para sempre
Amy Grant - Myrrh Records

Home for Christmas é o nome de um álbum que recomendamos para este e os futuros natais da sua vida. Foi lançado em fins de 93 pela Myrrh Records e traz Amy Grani interpretando canções dc Natal. Mas não pense que vai ouvir coisas do tipo Noite Feliz ou Jesus, a Alegria dos Homens porque trata-se de um álbum com canções contemporâneas de Natal. As partituras são todas originais. As composições são da própria Amy em parcerias com seu marido, Gary Chapman, e de velhos amigos como Michael W. Smith, Wayne Kirpatrick (Prêmio Dove de Melhor Compositor de 93) e Tom Hemby, entre outros.

Na época do lançamento nos EUA, Home for Christmas ficou por três meses no primeiro lugar na lista dos mais vendidos e levou a faixa Breath of Heanest - The Marys Card (Canção de Maria) para a parada de sucessos. Logo depois. Amy seria home-nageada na revista Bill-board, de Nova York. pelo conjunto de sua obra.

O disco traz músicas de grande inspiração que abordam de modo simples e poético o plano de Deus e seu incondicional amor. A respeito de sua voz, é claro que é sempre um prazer renovado ouvi-la. Os arranjos e as orquestrações foram obra-prima do gênero. Infelizmente, a gravadora -Bom Pastor, que representa a Word Inc., distribuidora do selo Myrrh. não lançou até agora este CD no Brasil.


DROPS

O Catedral finalizou a mixagem e se prepara para o lançamento de seu novo álbum que tem tudo pra ser um sucesso. Kim, vocalista líder da banda, ousou gravar várias faixas em inglês. Alias, o grupo acaba de retornar pela segunda vez este ano dos Estados Unidos onde realizou duas miniturnês, visitando dezenas de igrejas de imigrantes brasileiros. Levaram na mala umas 500 cópias que acabaram logo nas primeiras apresentações. Agora, nesta segunda visita aos Estados Unidos, eles se apresentaram em várias igrejas de brasileiros, de norte-americanos e num supershow em Nova York, deixando a rapaziada de lá espantada com o rock cristão brasileiro. O Catedral, contratado há mais de um ano pela MK Publicita, pretende lançar este novo trabalho aqui e nos Estados Unidos. Praise the Lord!

Fotos Divulgação

Rosane Félix, aos 20 anos, anda superfeliz com a expectativa do lançamento de seu terceiro disco -Que bom te adorar - gravado pela Life Produções. Com produção de Asaph Borba, Rosane começou a cantar bem cedo. Aos 11 anos, gravou seu primeiro LP. Rosane vem cantando músicas assinadas por Sérgio Lopes e também pelo próprio Asaph. Agora, ela espera conquistar um público ainda maior.

O Guardian, que transa um hard rock meio comercial, mas com um som envolvente, está sendo anunciado como atração internacional do S.O.5. da Vida Festiva!, que acontece este mês em São Paulo. O grupo, que grava pela Pakaderm Records, deverá arrastar multidões ao Pacaembu, onde vai ocorrer o festival. As longas e lisas madeixas dos meninos vão balançar muito. Guardian grava desde o inicio dos anos 90 e já foi premiado com o Dove Award, o principal prêmio evangélico americano dado a artistas cristãos, por várias vezes e em diferentes categorias.

Revista Vinde - Edição 3

--- Reage Fábrica Pastor Jimmy Swaggart Epistolas do Leitor Eles não gostam de oposição Os "ro...