quarta-feira, 3 de janeiro de 1996

Comissão: Fábrica não foi usada como depósito de drogas


A droga apreendida na caldeira desativada
pode ter sido plantada ou deixada por
traficantes em fuga

Não há indícios da conivência de funcionários da Fábrica de Esperança no episódio em que foram descobertas drogas naquele local. Esta foi a principal condusão da comissão de sindicância interna formada pelo reverendo Caio Fábio para investigar, em caráter administrativo, o incidente em que foram encohtradas drogas no interior da Fábrica. A comissão, que trabalhou durante uma semana e meia ouvindo funcionários e inspecionando as instalações do empreendimento social em Acari, concluiu também que o local não era usado como depósito de drogas. No entender do juiz aposentado José Gonçalo Rodrigues, que integrou a comissão, a quantidade & drogas encontrada na Fábrica "representa patrimônio para os traficantes", sendo normalmente armazenadas em lugares protegidos e de difícil acesso (os chamados paióis), e não em locais abertos ao público e por onde transitam diariamente centenas de pessoas.

A comissão, que além de Gonçalo era integrada pelo tenente-coronel PM José da Costa Santos e pelo delegado da Polícia Federal Neemias Carvalho Miranda - também já aposentados -, considera viáveis duas outras hipóteses: a de que as drogas foram deixadas por traficantes em fuga da polícia e a de que o material poderia ter sido plantado com o objetivo de prejudicar a Fábrica ou algum de seus dirigentes e funcionários. Esta segunda alternativa é citada em duas cartas recebidas pela Fábrica e Esperança na semana seguinte à ocorrência. Já a suspeita de que algum traficante poderia ter deixado os tóxicos de passagem pelas instalações da Fábrica é reforçada pela precariedade do sistema de segurança do empreendimento. Na ocasião do episódio, apenas 16 homens se revezavam na vigilância do local, divididos em turnos, e todos desarmados. Além disso, a área dos fundos, com muitos setores abandonados e cercada por muros, só contava com a observação de um segurança, cujo posto não permitia uma visibilidade completa da área. Esse sistema de segurança já era utilizado pelos antigos responsáveis pela empresa Formiplac.

A comissão de sindicância interna sugeriu à direção da Fábrica a instalação de mais postos de observação, maior iluminação e a introdução de um sistema de comunicação por rádio, a fim de melhorar as condições de segurança. Além disso, há a sugestão de que a vigilância seja feita em rondas, o que possibilitaria melhor vigilância da área de 55 mil metros quadrados ocupada pela Fábrica.

Gonçalo lembrou que o trabalho da comissão se limitou a observar ar as condições de segurança interna das instalações, além de analisar as condições em que se deu a localização das drogas tm um trecho desativado da Fábrica.

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